Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 24-08-2012, Gaudium Press)
Nas vésperas da
Solenidade de Nossa Senhora do Carmo, o Papa Bento XVI lembrou que no dia
seguinte seria celebrada a memória Litúrgica da Bem Aventurada Maria do Monte
Carmelo - Mãe de Deus e Senhora do Escapulário.
Neste mesmo dia enviou uma mensagem ao Bispo de Ávila e a todo o Carmelo
Teresiano pela ocasião da celebração dos 450 anos em que Santa Teeza de Jesus
fundou o Carmelo de S. José, em Ávila, Espanha, no dia 24 de agosto de 1562.
Resplendens stella. «Uma estrela de imenso esplendor» (Livro da Vida 32, 11).
Com estas palavras, o Senhor animou Santa Teresa de Jesus a fundar em Ávila o
mosteiro de São José, início da reforma do Carmelo, lembra o Papa, no início de
sua Mensagem enviada ao Bispo de Ávila, Dom Jesús García Burillo.
O Senhor animou Santa Teresa de Jesus a fundar o Mosteiro de São José, início
da reforma do Carmelo, diz Bento XVI. "Esta mulher preclara desejava
unicamente agradar-lhe em tudo. Com efeito, um santo não é aquele que realiza
grandes proezas baseando-se na excelência das suas qualidades humanas, mas
aquele que permite com humildade que Cristo penetre na sua alma, que aja
através da sua pessoa, que Ele seja o verdadeiro protagonista de todas as suas
obras e desejos, que inspire cada iniciativa e sustente cada silêncio".
O Pontífice continua: "Só quem leva uma intensa vida de oração pode
deixar-se conduzir deste modo por Cristo. Ela consiste, segundo as palavras da
Santa de Ávila, em «falar de amizade, permanecendo muitas vezes a sós com quem
sabemos que nos ama» (Livro da Vida 8, 5). A reforma do Carmelo, cujo
aniversário nos enche de júbilo interior, nasce da oração e tende para a
oração" .
"Santa Teresa propôs um novo estilo de ser
carmelita, num mundo também novo. Aqueles eram «tempos árduos» (Livro da Vida
33, 5)", lembra o Santo Padre.
"O fim último da Reforma teresiana e da criação de
novos mosteiros, no meio de um mundo com escassos valores espirituais,
consistia em tutelar com a oração a obra apostólica; em propor um estilo de
vida evangélica que fosse modelo para quantos procuravam um caminho de
perfeição, a partir da convicção de que toda a autêntica reforma pessoal e
eclesial passa pelo reproduzir cada vez melhor em nós mesmos a «forma» de
Cristo (cf. Gl 4, 19), escreve o Papa para, logo em seguida, fazer comparações
e tirar lições: "Também hoje, como no século XVI, e entre rápidas
transformações, é preciso que a oração confiante seja a alma do apostolado,
para que ressoe com clareza evidente e dinamismo pujante a mensagem redentora
de Jesus Cristo. É urgente que a Palavra de vida vibre nas almas de forma
harmoniosa, com notas sonoras e atraentes. Nesta tarefa apaixonante, o exemplo
de Teresa de Ávila constitui uma grande ajuda para nós. Podemos afirmar que, no
seu tempo, a Santa evangelizou sem tibieza, com ardor jamais apagado, com
métodos distantes da inércia e com expressões cheias de luz. Isto conserva todo
seu vigor na encruzilhada atual."
Depois de lembrar a radicalidade e fidelidade a que
Santa Tereza nos convida hoje, o Papa exorta todos os membros desta Igreja
particular, mas de maneira profunda os jovens, "a levar a sério a comum
vocação à santidade. "Seguindo os passos de Teresa de Jesus, aspirai
também vós a ser totalmente de Jesus, só de Jesus e sempre de Jesus. Não
tenhais medo de o dizer a nosso Senhor, como ela fez: «Sou vossa, para Vós
nasci; o que quereis fazer de mim?» (Poesia 2).
Bento XVI conclui sua Mensagem relembrando ainda a
"grande devoção a Virgem Santíssima, que ela invocava com o doce nome do
Carmelo" e suplicando a "Maria, Estrela da Evangelização, e o seu
casto esposo São José intercedam para que aquela «estrela» que o Senhor acendeu
no universo, a Igreja, com a reforma teresiana continue a irradiar o grande
brilho do amor e da verdade de Cristo a todos os homens." (JSG)
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