sábado, 25 de agosto de 2012

Papa escreve Mensagem lembrando os 450 anos da reforma carmelita




Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 24-08-2012, Gaudium Press)

 Nas vésperas da Solenidade de Nossa Senhora do Carmo, o Papa Bento XVI lembrou que no dia seguinte seria celebrada a memória Litúrgica da Bem Aventurada Maria do Monte Carmelo - Mãe de Deus e Senhora do Escapulário. 


Neste mesmo dia enviou uma mensagem ao Bispo de Ávila e a todo o Carmelo Teresiano pela ocasião da celebração dos 450 anos em que Santa Teeza de Jesus fundou o Carmelo de S. José, em Ávila, Espanha, no dia 24 de agosto de 1562.



Resplendens stella. «Uma estrela de imenso esplendor» (Livro da Vida 32, 11). Com estas palavras, o Senhor animou Santa Teresa de Jesus a fundar em Ávila o mosteiro de São José, início da reforma do Carmelo, lembra o Papa, no início de sua Mensagem enviada ao Bispo de Ávila, Dom Jesús García Burillo.



O Senhor animou Santa Teresa de Jesus a fundar o Mosteiro de São José, início da reforma do Carmelo, diz Bento XVI. "Esta mulher preclara desejava unicamente agradar-lhe em tudo. Com efeito, um santo não é aquele que realiza grandes proezas baseando-se na excelência das suas qualidades humanas, mas aquele que permite com humildade que Cristo penetre na sua alma, que aja através da sua pessoa, que Ele seja o verdadeiro protagonista de todas as suas obras e desejos, que inspire cada iniciativa e sustente cada silêncio". 



O Pontífice continua: "Só quem leva uma intensa vida de oração pode deixar-se conduzir deste modo por Cristo. Ela consiste, segundo as palavras da Santa de Ávila, em «falar de amizade, permanecendo muitas vezes a sós com quem sabemos que nos ama» (Livro da Vida 8, 5). A reforma do Carmelo, cujo aniversário nos enche de júbilo interior, nasce da oração e tende para a oração" .


"Santa Teresa propôs um novo estilo de ser carmelita, num mundo também novo. Aqueles eram «tempos árduos» (Livro da Vida 33, 5)", lembra o Santo Padre.

"O fim último da Reforma teresiana e da criação de novos mosteiros, no meio de um mundo com escassos valores espirituais, consistia em tutelar com a oração a obra apostólica; em propor um estilo de vida evangélica que fosse modelo para quantos procuravam um caminho de perfeição, a partir da convicção de que toda a autêntica reforma pessoal e eclesial passa pelo reproduzir cada vez melhor em nós mesmos a «forma» de Cristo (cf. Gl 4, 19), escreve o Papa para, logo em seguida, fazer comparações e tirar lições: "Também hoje, como no século XVI, e entre rápidas transformações, é preciso que a oração confiante seja a alma do apostolado, para que ressoe com clareza evidente e dinamismo pujante a mensagem redentora de Jesus Cristo. É urgente que a Palavra de vida vibre nas almas de forma harmoniosa, com notas sonoras e atraentes. Nesta tarefa apaixonante, o exemplo de Teresa de Ávila constitui uma grande ajuda para nós. Podemos afirmar que, no seu tempo, a Santa evangelizou sem tibieza, com ardor jamais apagado, com métodos distantes da inércia e com expressões cheias de luz. Isto conserva todo seu vigor na encruzilhada atual."

Depois de lembrar a radicalidade e fidelidade a que Santa Tereza nos convida hoje, o Papa exorta todos os membros desta Igreja particular, mas de maneira profunda os jovens, "a levar a sério a comum vocação à santidade. "Seguindo os passos de Teresa de Jesus, aspirai também vós a ser totalmente de Jesus, só de Jesus e sempre de Jesus. Não tenhais medo de o dizer a nosso Senhor, como ela fez: «Sou vossa, para Vós nasci; o que quereis fazer de mim?» (Poesia 2).
Bento XVI conclui sua Mensagem relembrando ainda a "grande devoção a Virgem Santíssima, que ela invocava com o doce nome do Carmelo" e suplicando a "Maria, Estrela da Evangelização, e o seu casto esposo São José intercedam para que aquela «estrela» que o Senhor acendeu no universo, a Igreja, com a reforma teresiana continue a irradiar o grande brilho do amor e da verdade de Cristo a todos os homens." (JSG)

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