sexta-feira, 20 de maio de 2011

Ficha de Trabalho: Caminho 30-31


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Caminho 30-31:Oração de quietude:
“santificado seja o vosso Nome, venha a nós o vosso reino”.

Pistas de leitura.
Depois da invocação inicial ao Pai do Céu, a Santa comenta juntas as duas primeiras petições do Pai-nosso.

– Porquê juntas? Em que baseia esta inseparável correlação? Além disso, porque pedir particularmente? Não bastaria “dizer: dai-nos, Pai, o que nos convém…”? Por outro lado, e tal como anunciam os títulos dos capítulos, estas petições bem rezadas desembocam na oração de quietude (em que consiste?), para a qual dá conselhos, avisos (quais?). Além disso, falar de contemplação mística (quietude) é sem dúvida um prato forte para as leitoras; precisamente por isso, vai bordando a exposição do tema com outros recursos da sua pedagogia: a) experiências de conhecidos e próprias; b) exemplos bíblicos; c) comparações, imagens e símbolos 1 ; portanto, atender a toda esta variedade de recursos.

Para reflectir, rever a vida, interceder, agradecer, contemplar…
1. Somos nós, evidentemente, e não o Pai, os que precisamos de pedir “coisa assinalada”, quer dizer, formular petições particulares para nos consciencializarmos do que pedimos e necessitamos (30,1-3), para aumentar o desejo (Carta de S. Agostinho a Proba: Ofício de Leitura, Domingo XXIX; cf. também Ficha Vida 39-40, pergunta 3).

2. “Entendamos, filhas, o que pedimos e quanto importa para nós importunar por isso e fazermos o que pudermos…” (30, 4). – Tens bem presente que nem sequer poderias começar a orar sem a sua graça (cf. 1Co 12,3)? Costumas importuná-l’O para isso?

3. – Conheces experiências como as referidas em 30,5-7? Além disso, achas que a iniciação à oração contemplativa, com base na humilde recitação do Pai-nosso (PN) deve ficar enquadrada entre esses dois modelos extremos: o louvor dos que estão no Céu e esse exemplo aparentemente pobre de oração vocal 2 ? – E também que possa ser introduzido na oração contemplativa mesmo quem se considera inimigo dela (final de 30, 7)?

4. O que faz a ligação entre as palavras rezadas (as duas petições) e os “sorvos” de contemplação é o recurso à “companhia do Mestre” que nos ensinou esta oração. Companhia orante, quer dizer, solicitada pronunciando e repetindo as palavras do PN em comunhão com os sentimentos do Mestre. De maneira que “aprender” a rezar contemplativamente a oração dominical não consista em nos apropriarmos das palavras e seu conteúdo, para as reproduzir diante do Pai, mas antes numa secreta osmose: entrar em comunhão com as palavras e sentimentos de Jesus (…) Por isso, Teresa irá aplicando a cada uma das petições do PN esta chave secreta: um simples anelo de explorar qual foi o sentido, quais os sentimentos que brotam na alma de Jesus quando disse “Pai” ou “seja feita a vossa vontade” ou até “livrai-nos do mal”. Aproximar-se dessa maravilhosa sinfonia de sentimentos filiais da oração do Senhor, é o grande pórtico de entrada na oração contemplativa, profundamente cristã. A pedagogia da Santa aponta para aí quando fala da ponte lançada entre o rezar e o contemplar 3 .

5. Embora a primeira descrição da oração de quietude pareça requerer pouco discernimento (31, 2-3), imediatamente se corrige (31, 8). Repara nisso com a ajuda da Ficha Vida 14.15. Ao princípio, sentimos que há qualquer coisa de embaraçoso nesta nova relação. Estamos muito habituados a fazer qualquer coisa que nos incomoda, quando o único que fazemos é estar tranquilos. As pessoas dizem-me com frequência: “Não sei bem o que aconteceu. A minha oração está cheia de paz, mas na maior parte do tempo parece estar vazia”. E eu pergunto: “Sentias impaciência?” Respondem: “Não! Enquanto rezo sou feliz e sinto-me satisfeito. Parece como se estivesse a fazer qualquer coisa. Às vezes surpreende-me estar simplesmente sem fazer nada; outras, nem sequer estou certo de se adormeci”. Chegados aqui, costumo perguntar se essas dúvidas surgem enquanto rezam ou depois, quando examinam a oração; isto último é um bom sinal para saber se o que aconteceu é autêntica oração. Convém, no entanto que no-lo confirme um bom director e pedir constantemente luz ao Senhor, tanto para o director como para si próprio 4 .

6. Conheces experiências deste género: 31, 4-5?

7. Ter-se-ão captado com facilidade os avisos que dá a Santa em relação à quietude. Detém-te, portanto, em cada um (31, 6-3; cf. V 15, 6-9) e revê, agradece, suplica…

8. No fim, insiste-se sobre dois erros possíveis (já conhecidos, cf. V 14-15): um existencial – voltar-se para a terra, pôr a vontade em coisas baixas (31,11-12a) 5 ; outro racional – impedir a quietude para cumprir as suas devoções (31, 12-13; portanto, reflecte, ora…

O desfile das figuras que a Santa emprega nestes capítulos culmina na da criança e a mãe (31, 9). Todas elas convergem como um feixe de luz, num motivo doutrinal. Tanto na oração como na vida do homem espiritual, há uma componente que precisa de um cuidado especial. Trata-se da gratuidade. Em proporção muito elevada, a vida é algo que o homem recebe, não que ele a produza ou a dê a si próprio. E a oração é, também em proporção muito elevada, amizade que lhe oferece o outro Amigo, não amizade que se vai conquistando palmo a palmo. Daí a importância que reveste esse saber adoptar – na vida e oração – a posição da criança regalada pela mãe: “que sem trabalho do entendimento” (tarefa mínima) “está a vontade amando” (recepção máxima) […] Ao cristão de hoje, tão ufano do seu poder de acção, é bom recordar esta lição teresiana 6 .




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1 Cf. T. ÁLVAREZ, Paso a paso. Leyendo a Teresa con su Camino de Perfección, pp. 212-215.
2 Ibidem, p. 204.
3 Ibidem, pp. 204-205.
4 T. H. GREEN, Cuando el pozo se seca. La oración más allá de sus comienzos, Sal Terrae, Santander 1999, pp. 56-57.
5 No entanto, repare-se: “ainda que [o Senhor] não tire de todo o que deu, quando vivem com a con-sciência limpa” (31,12).
6 Conclusão do artigo: T. ÁLVAREZ, “Está el alma como un niño…” Glosa al pasaje teresiano de Camino 31,9: Monte Carmelo 93 (1985) 148-153.

Ficha de Trabalho: Caminho 28-29


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Caminho 28-29: Oração de recolhimento II

Pistas de leitura

Continua o tema, agora desde a perspectiva do orante (cf. primeiro parágrafo da ficha anterior) insistindo sobre tudo em oferecer os meios para aprender a recolher-se (cf. título dos capítulos): um claro indício de que na pedagogia teresiana prevalece a prática sobre a teoria. Para dar instruções, a Madre Teresa deixa a um lado toda a roupagem magistral e entrega-se ao seu estilo coloquial; sobretudo repetindo e enfatizando o que lhe interessa inculcar 1.

Continuamos, portanto, a centrar a atenção nesses meios em que tanto insiste. No entanto, nestes capítulos, define a oração de recolhimento além de explicar as suas vantagens mediante uma série de imagens e comparações; por isso, atenção também a essa definição e a estas imagens.

Para reflectir, rever a vida, interceder, agradecer, contemplar…
O pressuposto de base reduz-se a dois conselhos: “Olhai que vos importa muito compreender esta verdade: que o Senhor está dentro de vós, e que estejamos ali com Ele” 2 ; “pôr-se em recolhimento e olhá-l’O dentro de si mesma e não se estranhar de tão bom hóspede…” (28, 2). – Como? – Reflectindo, revendo, orando… sobre cada um dos seguintes pontos:
1. Evitando uma falsa humildade (28, 3), que, além disso, deveria estar superada a estas alturas (cf. 16,8 ou 12, segundo as edições: “não tenhais medo que falhe por Ele, se não falharmos nós…”).

2. Valendo-se da imaginação, inclusive de maneira muito simples (28, 9-10) 3 , e meditando que temos uma alma (28, 11a), quer dizer, considerando o supradito pressuposto (que o Senhor está dentro de nós) e que estamos capacitados para a relação com Ele e, portanto, actuando em consequência tanto oracional como moralmente: “não O deixara tantas vezes só (…) e mais, procuraria que não estivesse tão suja [a minha alma]” (28, 11; cf. V40, 9).

3. “Pensais, filhas, que vem sozinho? Não vedes o que diz seu Filho: ‘que estais nos Céus’? Pois, a um tal Rei, certamente que não O deixam só os cortesãos; mas estão com Ele rogando-Lhe por todos nós, em proveito nosso, porque estão cheios de caridade”(28, 13). Recordar o trabalho a este respeito na Ficha de V 37, pergunta 7, e voltar a pensar no assunto.

4. “E ainda nas mesmas ocupações, retirarmo-nos em nós mesmos. Ainda que seja só por um momento…” (29, 5) 4 .
5. Que te parece a afirmação e, de certo modo, a recomendação de se recolher com os olhos fechados, sobretudo nos princípios (28, 6)? É habitual para ti e/ou no teu contexto? Preferes outras maneiras de fixar a vista ou servir-se dela?

6. Muito mais importante: o sinal e o fruto principal de que este acostumar-se a recolher-se na oração foi bom é a aquisição, no sucessivo, do hábito, calma e facilidade para o recolhimento (28, 7); portanto, revê, agradece, suplica… Por outro lado, a Santa continua ainda, no final destes capítulos, a insistir na importância deste acostumar-se, empenhar-se… mas acrescenta um importante pormenor cronológico: “em um ano e talvez em meio, saireis com lucro, com o favor de Deus” (29, 8). Uma vez mais, reflecte, ora…

7. A Santa dedica o começo do cap. 29 (1-3) a um tema talvez surpreendente: “Do pouco em que se há-de ter o ser favorecidas pelos prelados” (título). Estes parágrafos, tão parecidos ao que tratou nos caps. 12-15, que função têm aqui? Servem para pôr em evidência um pressuposto absoluto: quem tenha o centro de gravidade da própria vida fora de si, seja no que for (mas muito mais no campo afectivo), frustra de antemão toda a entrada na oração e recolhimento. Não poderá instalar-se dentro de si, no seu espaço interior, pois encontrar-se-ia com uma interioridade fragmentada e descentrada 5 . Portanto, se acha que ali não foi suficientemente considerado (cap. 12-15), voltar a fazê-lo agora.
Além disso, não há dúvida de que estes breves parágrafos acrescentam ainda pormenores originais ao que se trata nos capítulos 12-15, tanto com o que diz em 29, 1 (veja-se), como, por outro lado, quando afirma “quanto menos consolações exteriores, mais mercês vos fará (29,2), visto que:
Choca enormemente tanto falar sobre a pobreza material e espiritual (dada a semelhança que tem com o despojo, o amor kenótico e a cruz de Cristo) com a enorme dificuldade que temos em reconhecer a presença de Deus nos nossos fracassos pessoais, comunitários e apostólicos. A leitura cristã da vida inclui a possibilidade de que o padecer, o negar-se a si mesmo seja lugar de bênção e de encontro com Deus. Na vida dos nossos fundadores, muitas vezes se lhes torceu o caminho e se encontraram com dificuldades, com fracassos e, no entanto, reconheceram que era aquele o caminho pelo qual Deus os conduzia com braço poderoso e mão estendida. No entanto, quando os nossos projectos e planos fracassam, não costuma brotar espontaneamente em nós o reconhecimento de que somos pobres e que, por conseguinte, tudo esperamos de Deus; que o Senhor talvez nos queira levar por outro caminho; que só Ele constrói a casa, não o nosso engenho, a nossa planificação. Muito mudaria o ambiente espiritual das comunidades, congregações e equipas de trabalho apostólico se lêssemos desde esta perspectiva os nossos dissabores; se isto nos levasse a ter um coração mais desprendido, mais confiado em Deus, mais abandonado nas Suas mãos. Se, em lugar de procurar culpáveis, reclamar responsabilidades, submeter a juízos sumaríssimos, quer pública, privada ou interiormente, e, por conseguinte, pôr em perigo a comunhão, os nossos fracassos levar-nos-iam a crescer juntos vocacionalmente, a aprofundar a nossa oração, a purificar as nossas intenções, a fomentar uma permuta espiritual mais profunda 6 .





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1 T. ÁLVAREZ, Paso a paso. Leyendo a Teresa con su Camino de Perfección, p. 190.
2 Ibid. p.184.
3 A propósito deste imaginar, fazer “de conta que dentro de nós há um palácio de enormíssima riqueza…” (28, 9). Não esquecer, face à futura leitura do livro da Moradas, que escreveu este parágrafo (e V40, 5) mais de dez anos antes de afirmar: “estando eu hoje suplicando a Nosso Senhor que falasse por mim… ofereceu-se-me o que agora direi para começar com algum fundamento: que é considerar a nossa alma como um castelo, todo ele de um diamante ou mui claro cristal” (1M 1,1).A seu tempo, haverá que indagar sobre este ‘desfasamento cronológico’.
4 Além do exercício concreto que isto supõe e, portanto, da revisão a que nos convida, o P. Tomás vê nisso uma ajuda fundamental contra ‘o risco de introversão’ (Paso a paso…pp. 194-195); para os que puderem ter acesso a estás páginas, seria muito aconselhável que também as trabalhassem detidamente.
5 Ibid. pp. 191-192.
6 G. URIBARRI BILBAO: Portar las marcas de Jesús. Teología de la espiritualidad da la vida consagrada, DDB, Madrid 2001, p.338.

Ficha de Trabalho: Caminho 26-27


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Caminho 26-27: Oração de recolhimento I

Os capítulos 26-27 estão dedicados a declarar o que é a oração de recolhimento e a oferecer meios para adquiri-la (cf. títulos dos mesmos) 1 . E como a oração cristã é sempre encontro entre duas pessoas, por isso mesmo permite contemplar o mistério nas suas dimensões fundamentais: a cristológica (caps. 26-27 ) e a antropológica (caps. 28-29 ).

Pistas de leitura
Este passo do “recolhimento” consiste na aprendizagem e avanço no caminho da oração através de uma fase de interiorização que torna a oração mais pessoal, mais profunda, mais simples e contemplativa. O primeiro painel do díptico (caps. 26-27) insiste em que recolher-se não é ensimesmar-se (…).Seria desolador entrar dentro de si e encontrar-se só consigo mesmo 2 . Qual é, portanto, a finalidade última desse constante “acostumar-se” a que a Santa nos chama nestas páginas? Que conselhos dá para isso? Que orações compartilha e facilita como exemplo e estímulo?

Para reflectir, rever a vida, interceder, agradecer, contemplar…
1. Como ficou dito anteriormente, aqui, como sempre, a Santa Madre anima a iniciar-se na oração de recolhimento; há uma grande presença de chamadas a “acostumar-se, acostumai-vos…” a várias coisas: olhá-l’O, falar-Lhe… Apesar desta abundância, a principal finalidade está clara: acostumar-se a “ que o seu Mestre o ama” (26, 10; cf. 26, 4; 27, título e 5a). Será este o fundamento e o ponto de partida da nossa oração, nossos conselhos a outros, nossa pastoral…? Revê, agradece…

2. “O exame de consciência, dizer a confissão e persignar-se, já se sabe que há-se ser a primeira coisa” (26, 1). Não se trata evidentemente do mais importante, como demonstra o resto destes capítulos. Além disso, a maioria de entre nós não segue à risca este conselho: exame, confissão, persignar-se. No entanto, a consciência de cada um e a sua situação e, ao mesmo tempo, os ‘ritos de pausa na quotidianidade’ (persignar-se, concentrar-se, posição, respiração) são, sem dúvida, fundamentais tal como a citação o indica. – Tem-los em conta? Exercitas-te neles…?

3. É óbvio que o meio mais importante é a educação do olhar, a palavra, a escuta (26, 2-10) 3 : “como O quiserdes, O achareis” (26, 3); “se estais alegres, vede-O Ressuscitado” (4); “se estais com trabalhos ou tristes…” (5). Revê, ora… Por outro lado, não te esqueças de que, embora isto seja bom, não exclui o ‘contrário’: cf. como a liturgia nos ajuda e obriga a evitar objectivismos e individualismos em excesso, quando propõe tempos e festas (Páscoa e domingos, mesmo que eu esteja triste ou penitente; Quaresma, ainda que me sinta eufórico…) ou tantos salmos como rezamos no Ofício Divino, sem que dependam do nosso estado de ânimo, mas que nos fazem solidários com os outros (cf. Completas de 6ª feira). Revê, agradece, intercede…

4. “O que podeis fazer para ajuda disto é procurar trazer uma imagem ou retrato deste Senhor que seja a vosso gosto” (26,9; cf. V 22). “É também grande remédio pegar num bom livro em romance” (26,10; cf. 17,3; V4, 9; 9, 5) e, muito mais, o Evangelho (21, 4; 26, 3-7. “Aconselharia eu aos que têm oração, sobretudo ao princípio, que procurem amizade e trato com outras pessoas que tratem do mesmo” (V 7, 20).”Aproveitava-me a mim também ver campo ou água, flores” (V9, 5). E, como não podia deixar de ser, acompanhamento de mestres (cf. V13). Toda uma lista de ajudas para ajudar a recolher-se. Reflecte, agradece…

5. A primeira e preciosa oração que aqui nos oferece a Santa (26, 6), não se reduz unicamente a tomar consciência do amor de Deus: o famoso “andemos juntos, Senhor” leva consigo propósitos de comprometer a vida por e com Ele; não se reduz a mero sentimentalismo. Uma vez mais, rever, orar…

6. A segunda oração não é menos bela, mas mais longa e até, se possível, mais cheia de pormenores do que a anterior: quase todo o capítulo 27! Multiplicam-se os motivos para contemplar, agradecer e afiançar-se: a infinita e injusta (para o nosso fraco entendimento) bondade do Pai (2b); a revelação da divindade do Filho (4); a alusão final ao Espírito Santo, para que continue o capítulo em cada um (“enamore a vossa bondade e vo-la prenda com grandíssimo amor”: 7). Por conseguinte, as evidentes intuições trinitárias que isto implica: Deus Trindade, Comunhão, é ânsia de Comunhão com todos… Portanto, há muito para aprofundar.
Mas, além disso, há pormenores talvez mais originais e curiosos, porque supõem certa correcção ao próprio Deus, como por exemplo, a sua intercessão perante o Filho para que olhe pela honra do Pai (27, 2-3; cf. o caso ao invés em 3,8). – Que achas? Que te sugere…?

7. Terá chamado a atenção a crítica da Santa ao que o casamento suponha para a mulher no seu contexto: “ vede de que sujeição vos livrastes, irmãs!” (26,4). Todos sabemos que isto é um problema e erro social, mas que o casamento cristão, embora exija a sua ascese própria, consiste na comunhão dos cônjuges e não na sujeição de um ao outro? Além disso, fica claro que a autêntica oração e vida cristã é sempre social e eclesialmente renovadora e, neste sentido, crítica e revolucionária? (cf. a questão das linhagens em 27,6)? Se não se sabia, convém aprofundar, formar-se nestes temas.



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1 “Estamos perante o tema central do Caminho. Lembremo-nos! Na pedagogia teresiana, a arte de recolher-se e entrar dentro de si é uma espécie de passo intermédio entre a oração simples rezada e a oração de pura contemplação. Degrau de passagem de uma à outra”; T.ÁLVAREZ, Paso a paso. Leyendo a Teresa con su Camino de Perfección, p.181.
2 Ibidem.
3 Começando pelo exterior “para despertar e dirigir o olhar interior: a atenção, o próprio espírito, reeducando os sentidos, aguçando a ponta penetrante da fé e do amor”: ibid.