quarta-feira, 18 de julho de 2012

Capítulo 27


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Fundações: Capítulo 27
Ficha XIII.- LIVRO DAS FUNDAÇÕES – I

Capítulo 27
Teresa deixa Sevilha e recolhe-se em Toledo para cumprir o mandado do Definitório: “trouxeram-me uma ordem do Definitório, dada depois de um Capítulo Geral […] para que, não só não fundasse mais, mas até para que, sob nenhum pretexto, saísse da casa que eu escolhesse para estar. Era como encarcerar-me…” (27,20). Já em Toledo, escreve a crónica da fundação de Caravaca, última da primeira etapa fundacional. Passarão quatro anos antes de voltar a sair para fundar.
Pistas de leitura
1. Teresa começa por recordar os começos da nova fundação; os inconvenientes da primeira licença; o adiamento do projecto por causa da fundação de Sevilha e, finalmente, a fundação de Caravaca, tendo a Madre delegado em Ana de Santo Alberto para levá-la a cabo (nn.1-10).
2. Segue-se, à continuação, um extenso diálogo de Teresa com as suas filhas; dá-lhes as suas razões para fazer memória dos acontecimentos (nn.11-16) 1
3. Continua um juízo avaliativo do empreendimento fundacional a modo de epílogo. A Santa volta a recordar os grandes trabalhos suportados; a autorização e licenças que recebeu do Geral Rubeo para levar a cabo as fundações; o desprestígio e condenação de que foi objecto injustamente (nn.17-21) 2
4. Com a ordem de deixar de fundar e de se recolher a um convento, cessam também as crónicas. Tinha começado a escrevê-las em 1573 por mandato do seu confessor, o P. Ripalda, e depois por ordem do comissário apostólico, Frei Jerónimo Graciano. Deixa-nos o testemunho da sua obediência ao jeito de epílogo (nn.22-24), datando o fim da obra a 14 de Novembro de 1576. Seguem-se quatro avisos para os Descalços. Teresa escreveu-os numa folha independente que incluiu no fim do caderno, embora não tenham relação directa com o livro das Fundações3


Para reflectir, rever la vida, interceder, agradecer, contemplar…

1. Concluído o relato da fundação de Caravaca, Teresa trava um diálogo directo com as suas leitoras. Num instante, recolhendo todo o passado, faz uma leitura retrospectiva das fundações para testemunhar vigorosamente a obra de Deus e os grandes trabalhos que nelas passaram: “vereis que estas casas não foram, de certo modo, fundadas por homens, mas pela poderosa mão de Deus” (11). “Vede, minhas filhas, vede a mão de Deus […] Seja como for que o querais ver, tendes de reconhecer que a obra é Sua” (12). “Recordai-vos com quanta pobreza e trabalho se fez o que agora gozais com descanso” (11). Trabalhos nos caminhos, cansaço e pouca saúde (17); “o ter de suportar as maneiras de ser de muitas pessoas”, e o desgarrão afectivo de “deixar as irmãs e filhas quando partia de um lugar para outro” (18).

Finalmente, o duro golpe da incompreensão e condenação, os falsos testemunhos e a reclusão.
Memória: Voltar às fontes, re-cordar (=passar pelo coração) a origem, é apropriarmo-nos da sua força fecunda, permitir que a graça de Deus concedida aos nossos maiores continue viva e eficaz entre nós. Pode servir de reflexão ou debate em grupo ter presente a ambiguidade da lembrança. Podemos vivê-la em toda a sua força recreadora se a memória nos ajudar a nos re-conhecermos, a re-viver a graça fundante de um carisma. Mas também se pode converter num escape nostálgico ou crítico de um passado perdido. – Como fazemos memória da nossa história? – Quais os perigos que ‘o esquecimento’ leva consigo?

2. A Madre deixou claro o motivo essencial pelo qual relata os acontecimentos: que se veja a obra de Deus, que as suas filhas conheçam, em primeira mão, os sacrifícios que a reforma exigiu e que se comprometam a conservar e a transmitir fielmente às gerações futuras o dom recebido. Hoje, em cada uma delas “torna a começar esta primeira Regra da Ordem da Virgem Nossa Senhora” (11). “Digo-o, filhas, para que entendais estar mais obrigadas […]. Praza a Sua Majestade amparar-nos sempre e dar-nos a graça de não sermos ingratas a tantas mercês. Ámen” (16).
Testemunho de profecia: Contemplar a obra de Deus exige a responsabilidade do testemunho. Memória e profecia vão de mãos dadas. A obra de Deus deve converter-se em vida, convicção pessoal e compromisso actual. E o passado deve continuar vivo como dinamismo espiritual que abrace todos os horizontes. Trata-se de tomar o passado em nossas mãos, de cuidar dele com um presente fiel e criativo, e de orientá-lo para o futuro. – Como poderemos educar um ‘olhar teologal’ que abranja e integre horizontes? - Somos sensíveis aos testemunhos de entrega e santidade do passado? Tem-se falado muito sobre ‘voltar ao essencial’ (do Evangelho, do cristianismo primitivo, do carisma fundacional…). – Como compreendemos e concretizamos este ‘voltar ao essencial’ do carisma a fim de o traduzirmos hoje com todo o seu vigor?

3. “Sua Majestade é muito amigo de levar por diante as obras que faz, se por nós não for detido” (11). “Não seria justo que a diminuíssemos, ainda que tivéssemos de sacrificar a vida, a honra e o descanso” (12). – Mas como corresponder a Deus? Teresa dá conselhos muito precisos. Com cada um deles poder-se-á animar um tempo de meditação comunitária ou pessoal:
Oração: “Praza a Sua Majestade dar-nos abundantemente a Sua graça; com ela nada haverá que nos tolha os passos para ir adiantando no Seu serviço. Que a todas nos ampare e favoreça, para que não se perca, por nossa fraqueza, um tão grande princípio […]. Em Seu nome vos suplico, irmãs e filhas minhas, que sempre o supliqueis a Nosso Senhor” (11).
Fidelidade é comprometer-se com as gerações futuras. Honrar o passado é ser hoje alicerce das que estão para vir (F 4,6; 21,11).
Esperança: Descobre e medita a essência e dinamismo próprio da esperança cristã nas notas que Teresa condensa neste parágrafo:
“Vida é viver de maneira que não se tema a morte, nem todos os sucessos da vida, e possuir esta habitual alegria que todas agora tendes e esta prosperidade, que não pode ser maior, que não teme a pobreza, antes a deseja. Pois a que poderá comparar-se a paz interior e exterior em que sempre andais? Em vossa mão está viver e morrer com ela […]. Porque, se sempre pedirdes a Deus que leve por diante a Sua obra e não fiardes nada de vós, não vos negará a sua misericórdia; e se tiverdes confiança n’Ele e ânimos animosos – que disto é Sua Majestade muito amigo –, não receeis que vos falte alguma coisa” (12).

4. Ao rever a nossa vida, prestamos atenção aos nossos desejos, intenções e actos concretos. Mas examinamos os nossos medos? Eles revelam a nossa atitude teologal muito mais do que imaginamos! “Não temais”, diz Jesus reiteradas vezes no Evangelho4. Repete-o muitas vezes a Teresa em revelações privadas5. E Teresa no-lo transmite a nós, hoje: “Não tenhais medo”6. Deus não desampara, não abandona. É amigo de levar adiante as suas obras…

Segundo os capítulos das Fundações que já trabalhaste até agora, poderias recolher as afirmações teresianas sobre ‘o ser’ de Deus? – Como é Deus segundo Teresa? Contempla na tua vida o Deus fiel, fonte de paz e de fortaleza. Reconhece os teus medos, dá-lhes um nome e reza com o salmista: “O Senhor é minha luz e salvação, a quem hei-de temer? O Senhor é o protector da minha vida, de quem hei-de ter medo?” “Confia no Senhor, sê forte. Tem coragem e confia no Senhor” (Salmo 26 [27],1-14).

5. Teresa oferece-se como testemunho vivo do Deus que não desampara a quem deseja servi-l’O. No meio da condenação e incompreensão, o Senhor encheu-a de paz, gozo, liberdade interior (20). Só Deus basta, as criaturas são inconstantes (10). Deus não Se muda: “Creio que o meu gozo principal estava em parecer-me que devia ter contentado o Criador, já que assim me pagavam as criaturas, pois entendo que, quem se paga com coisas da terra ou louvores dos homens, anda bem enganado; e, aliás, pouco lucra, pois hoje lhes parece uma coisa e amanhã outra e, se uma vez dizem bem, logo tornam a dizer mal. Bendito sejais Vós, Deus e Senhor meu, que sois para todo o sempre imutável, ámen. Quem Vos servir até ao fim, viverá sem fim na Vossa eternidade” (21)

- Como assumimos e vivemos a nossa solidão, esse fundo da alma que nada nem ninguém pode preencher? - Em que medida as opiniões e ditos dos outros têm influência na nossa vida, fundamentam a nossa confiança ou constroem a nossa identidade e imagem? - Como responde a nossa fé, a nossa esperança e a nossa caridade? Para um momento de oração, pode-se rezar ou cantar o poema teresiano “Nada te perturbe”.


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1Cf. Guião pastoral de Fundações, tema V.
2Cf. Efrém da Madre de Deus e O.Steggink, em Tiempo y Vida de Santa Teresa, P. II, nº417-441.
3Cf. Tomás Álvarez, “Sobre los Cuatro Avisos dela Santa”, en Monte Carmelo 114 (2006) 257-299; Comentarios al libro de las “Fundaciones” de Santa Teresa de Jesús, 131-134.
4 Cf. Mt 8,26; 28,10;Mc 4,40; 6,50; 16,6;Lc 12,32; 24,38; Jo 14,1.27
5 Cf. F 29,6; V 25,18; 30,14; Contas de Consciência 52; 53,16; 12,1; 25 y 38; Relações 4,16; 26,1; 35; 53 y 55.
6 Cf. CV 2,2.8; 10,3;16,10.12; 17,4; 20,2; 21,5.10; 23,3.5; 38,4; V 7,20; 8,7; 11,10.13; 34,12; 35,14.


quinta-feira, 12 de julho de 2012

Fundações: Capítulos 25-26


 


Ficha XII.- LIVRO DAS FUNDAÇÕES –I 
Nos capítulos seguintes, assistimos ao relato da inauguração do Carmelo de Sevilha, com a ajuda inestimável dos novos amigos e benfeitores de Teresa: o seu irmão Lourenço, o sacerdote sevilhano Gaciálvarez, e o Prior da Cartuxa, Hernando de Pantoja (F 25). Instala-se o Santíssimo Sacramento após uma solene procissão e a bênção do Arcebispo Cristóvão de Rojas (27.05.1576), e no dia seguinte a Madre põe-se novamente a caminho de Castela (F 26,1-2). Como epílogo, a narração encerra com a memória edificante da primeira vocação andaluza; Beatriz da Madre de Deus (F 26,3-16).


Pistas de leitura 
Há três aspectos a destacar no momento de abordar a leitura destes capítulos: a pobreza e as dificuldades que Teresa encontra em Sevilha, contra o que era de supor; o novo grupo de amigos que ajudam a Madre em tudo o que respeita à compra da nova casa; e os conflitos institucionais e graves acusações que afectam nessa altura os Descalços e Teresa dentro da Ordem. 

1. Pobreza e dificuldades: “Ninguém podia prever que numa cidade tão importante e de gente tão rica como Sevilha, haveria menos ajudas para fundar do que em qualquer das outras partes onde estivera” (F 25, 1). “Exceptuando a primeira fundação de Ávila […] nenhuma outra me custou tanto como esta, por serem os trabalhos, na sua maioria, interiores” (26,2). No mês de Dezembro de 1575, uma noviça acusa as descalças de Sevilha perante a Inquisição. Nos princípios do ano seguinte, uma comissão, em nome da Inquisição, examina o espírito da Madre. Duas Contas de Consciência, em que Teresa expõe o seu caminho espiritual, os confessores que a acompanham e a sua oração1, são fruto do processo inquisitorial a que foi submetida, a sua resposta às informações pedidas pelo tribunal. 

2. Novos colaboradores: Garciálvarez, “pessoa muito de bem e conhecida na cidade pelas suas boas obras” (25,2). Oferece-se para celebrar a missa diária à nova comunidade e impede a compra de um edifício nada conveniente para mosteiro. Além disso, encarregar-se-á de ornamentar a clausura e a igreja para a inauguração (25,12). Lourenço de Cepeda, recentemente chegado da América: “ajudou-nos muito, sobretudo em conseguir que ficássemos na [casa] em que agora estamos” (25,3). E Hernando Pantoja, “um santo velho, prior da Cartuxa de las Cuevas, grandíssimo servo de Deus” (25,9), que ajudou com as suas esmolas, fazendo-lhes bem “por todos os meios”. Ele e Garciálvarez combinarão com o arcebispo toda a solenidade da procissão, com a presença de clérigos e confrarias da cidade. Por uma carta de Teresa, conhecemos um pormenor que humildemente cala no relato desta fundação: o arcebispo D. Cristóvão de Rojas e Sandoval ajoelha-se diante da Madre, pedindo-lhe a sua bênção. Assim o contará a Ana de Jesus: “Imagine o que sentiria ao ver um tão grande prelado ajoelhado na frente desta pobre mulherzinha, sem se querer levantar até que lhe desse a bênção, na presença de todas as religiões e confrarias de Sevilha”2. 

3. Conflitos institucionais: Imediatamente após a inauguração, Teresa parte para Castela. Incompreendida e desprestigiada, chegou-lhe uma ordem do Definitório geral, reunido em Piacenza, de acabar com as fundações e recolher-se num dos seus conventos. A ordem foi adiada temporariamente por Graciano, mas agora chegara o momento e escolhe Toledo. Escreve ali o 26 capítulo, o último dedicado à Fundação de Sevilha. É o pano de fundo vivido e velado no relato que virá à luz no capítulo seguinte. Alguns dos ‘trabalhos interiores’ que Teresa padece nessas datas3. 


Para reflectir, rever a vida, interceder, agradecer, contemplar… 

1. Todas as gestões por conseguir uma casa em condições resultam inúteis. Passam-se noves meses de longa espera (F 25,1-2) numa incómoda casa alugada. Tudo resulta inconveniente e apertado numa cidade onde paradoxalmente abundam os recursos. 

Tendo como horizonte que a verdadeira esperança teologal sabe confiar-se totalmente a Deus na adversidade e na prosperidade, receber tudo como Seu, mas sem renunciar ao esforço, ao caminho e à meta… - Como reagimos perante as nossas fragilidades e temores, ou perante o êxito de um projecto alcançado? 

2. Teresa sofre com a ideia de ter de regressar a Castela deixando as suas filhas sem casa definitiva. Para encontrá-la, serve-se de todas as mediações: a oração, a ajuda do seu irmão Lourenço e Garciálvarez, e as suas próprias diligências embora infrutíferas: “Estando um dia em oração, pedindo a Deus que lhes desse casa, pois eram esposas Suas, tão unicamente desejosas de agradar-Lhe, recebi como resposta: Já vos ouvi. Deixa isso a meu cuidado” (25,4). 

Às vezes, nas dificuldades, é fácil perder o equilíbrio e cair nos extremos: esperar tudo de Deus, descarregar a responsabilidade nos outros, ou esperar tudo de nós mesmos. – Sabemos unir a oração e a confiança na ajuda de Deus e dos irmãos com uma atitude responsável e diligente da nossa parte? 

3. Encontram finalmente uma casa conveniente para a comunidade e mudam-se para lá. Levarão um mês a adaptar-se ao lugar e a fazer a igreja. Teresa conta-nos: “ Era meu desejo colocar o Santíssimo Sacramento sem aparato, depois de estar tudo concluído, porque sou inimiga de me tornar pesada quando o posso evitar. E assim, dirigi-me ao Padre Garciálvarez que, por sua vez, tratou com o prior de Las Cuevas” (25,11) 

Conhecemos o desenlace: estes bons homens, juntamente com o arcebispo, decidiram inaugurar o mosteiro com a maior solenidade possível. Levada a empresa a feliz termo, Teresa pode descansar. No dia seguinte, regressa a Castela. Mas não se queixa; alegra-se de ter compartilhado com as suas irmãs as penúrias e conflitos daqueles meses: “sobretudo, dava-me alegria ter gozado dos trabalhos e ir-me quando podia ter algum descanso” (26,1). 

A atitude da Madre revela uma grande delicadeza: simplicidade e sentido prático, e sobretudo caridade para não sobrecarregar ninguém com trabalhos que se podem evitar. Esta maneira de ser teresiana pode ajudar-nos a examinar pessoal e comunitariamente as nossas atitudes, particularmente a nossa caridade: não “se tornar pesada quando se pode evitar” 

Teresa descobre, a cada passo, a intimidade da sua alma, os seus estados de ânimo ou as suas lutas interiores, e ao mesmo tempo ensina-nos a viver a fraternidade, a vida em comunidade. - Como vivemos e manifestamos a alegria de compartilhar com os nossos irmãos penas e trabalhos? – Sem queixas, sem censuras, sem lhes sermos pesados, ajudando-nos mutuamente a levar os nossos fardos? 

4. A Santa termina a crónica de Sevilha com um relato vocacional. A história de Beatriz da Madre de Deus é uma das narrativas e biografias exemplares que amenizam o livro das Fundações4. Pela insistência, pela própria selecção de dados (trata-se do que se considera digno de ser contado), descobre-se o ideal destacado por Teresa como modelo para as futuras gerações. Uma coisa merece particular destaque: a firmeza de Beatriz nas contradições e a fidelidade ao ideal do Carmelo. No Caminho de Perfeição já a madre nos tinha aconselhado que, para a grande empresa da oração, é necessária “uma grande e determinada determinação” (C 21,2) de não abandonar o ideal, mesmo que se morra no caminho: “ a morrer sim, mas não a ficar vencidos” (C 3,1). 
Procurar outros paralelos com textos teresiano já trabalhados em fichas e capítulos anteriores, e reler o relato procurando descobrir substancialmente o ideal vocacional pintado por Teresa. Compará-lo com o nosso tempo, experiência e circunstâncias pessoais ou comunitárias. 


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1 Cf. Contas de Consciência, 53 e 54 (EDE e BAC); Relações 4 e 5 (Ed. Monte Carmelo). 
2 Carta dirigida à Madre Ana de Jesus, a 15 de Julho de 1576. Perdido o autógrafo e sem contar com manuscritos, conhecemos a sua existência e parte do seu conteúdo graças aos testemunhos da própria Madre Ana de Jesus no processo de Salamanca para a canonização de Teresa. 
3Cf. A carta que la Madre dirige nos fins de Janeiro de 1576 ao P. João Baptista Rubeo, Geral da Ordem. 
4 Veja-se, por exemplo, o relato de F 12.