Mais uma vez, a Santa parte dos sentimentos do Senhor quando pronunciou estas palavras, para desde aí passar para os nossos ou, mais precisamente neste caso, para os seus, quando repete esta petição final. – Que sentimentos atribui ao Senhor? Parecem-te coerentes com o que se diz d’Ele no Evangelho? – Quais os sentimentos dela) Embora se inspire nos que acaba de atribuir a Jesus, serão todos aplicáveis ao mesmo? Além disso, repara na primeira redacção deste capítulo e na definitiva.
Para reflectir, rever a vida, interceder, agradecer, contemplar…1.É evidente que esses sentimentos da Santa Madre, pelos quais nos perguntavam ’as pistas’, são basicamente cansaço de viver entre tanto mal ou perigo e, por conseguinte, ânsias de vida plena e eterna: “O pedir isto com grande desejo e com toda a determinação, é para os contempla-tivos grande sinal de que são de Deus as mercês que recebem na oração. Assim, os que o forem tenham-no em muito” (42,3). “Que nos custa pedir muito, se pedimos a Quem é poderoso? Mas, para melhor acertarmos, deixemos que dê conforme a Sua vontade, pois já Lhe demos a nossa” (42,4). – Que achas deste ‘contraste’ entre desejo grande e abandonar-se à Sua vontade? Revê, ora…
2. Tem em conta também o que vai suprimir e acrescentar 13 anos depois (1579: Códice de Tole-do), desde o cume do matrimónio espiritual (que não experimentou até 1572): “O pedir isto com grande desejo e toda a determinação, é para os contemplativos grande sinal de que são de Deus as mercês que recebem na oração; não para fugir dos trabalhos, mas apenas para gozar d’Ele; a quem Nosso Senhor os conceder” tenham-no em muito” (cf. 7M 3,6-8; CC 66 de Maio de 1581,10).
3. O breve e emotivo elogio do Pai-nosso com que começa o epílogo (42,5) é um eco do que já fez no capítulo 37: recordar, rever… (cf. Ficha correspondente)Propostas conclusivas:
1) Aproveitar a pesquisa das orações da Santa ao longo de todo o livro – que se recomendou fazer no início da primeira ficha – para aprofundar na imagem de Deus que as mesmas contêm, e também para com elas orar no grupo (cf. www.paravosnasci.com: Recursos, Oração partilhada); assim se cumprirá o seu duplo desejo de que outros aproveitem e de fazer que se louve ao Senhor (cf. V 40,23).
2) Evidentemente, qualquer outra ideia ou actividade, que tenha resultado fecunda, poderia ser partilhada com todos através da página do Centenário na Internet.
3) Existe, por exemplo, em espanhol, uma publicação muito interessante e sugestiva: CARMELI-TAS DESCALZAS DE PUJOL (Valência), Juntos andemos. Páginas escogidas de Camino de Per-fección, Madrid 2010. Este trabalho começa com uma boa e sintética introdução à obra, e acaba com uma selecção das principais orações da Santa ao longo da mesma. O principal do trabalho e o que mais nos interessa agora consiste numa apresentação dos de Caminho, que estrutura assim os seus grandes temas:
1. Caminho de terra: a nova família.2. Caminho de fogo: o amor.
3. Caminho de vento: a liberdade.
4. Caminho de luz: a humildade.
5. Caminho de aço: a determinação.
6. Caminho de água: a oração.
7. Caminho de silêncio: a mulher.
Cada um destes capítulos conta com uma breve e valiosa introdução. O mesmo se verifica em cada um das epígrafes que o compõem, que imediatamente dá passagem a essas páginas esco-lhidas, tudo posto por ordem no estilo que se mostra à continuação:
1.1. A fundação de S. José: “mil vidas daria”.
Como se eu pudesse alguma coisa: C 1,1-2.
Para o que o Senhor nos juntou nesta casa: C 3,1.
O mundo está ardendo: C 1,5.
1.2. A pobreza: “um grande senhorio”.
Os olhos no vosso esposo: C 2,1-2.
Um bem que encerra em si todos os bens do mundo: C 2,5.
Nossas armas: C 2,7-9.
Fazer bem: C 14,4.
1.3. O serviço: “ser tais”.
Procurar ser tais: C 3,2-4.
Encerradas pelejamos por Ele: C 3,5.
Nisto vão os meus desejos: C 3,6.
Trabalhar muito: 4,1.
1.4. O estilo teresiano: “o modo e maneira de viver que se leva nesta casa”.
Em somente doze quis sua Majestade que fôsseis uma: C 8,2.
Monjas e eremitas: C 13,6.
Esta casa é um Céu: C 13,7.
Quanto mais santas, mais conversáveis: C 41,7-9.
Penitências sem ordem nem concerto: C 10,6.
As virtudes interiores: C 15,3.
Andar com santa liberdade: C 41,4-5.
Pregadoras com obras: C 15,3-6.
2.1. Os que amam: “põem a vida em entender como Lhe agradarão mais”.
Os que se amam: C 4,5.
Amam muito diferentemente: C 6,3-5.
Ouro nesta mina: C 6,8.
2.2. Urgem o amor verdadeiro: “não é tempo de jogos de meninos”.
Desejando o seu próprio proveito pelo das outras: C 7,8.
Vosso trato e linguagem: 20,4.
2.3. Avivando o fogo: “tirar-lhes o trabalho e tomá-lo sobre si”… C 6 y 7.
2.4. Amando ao estilo de Jesus: “o capitão do amor”… C 6 y 7.
2.5. O fogo do amor: “dá de si grande resplendor”… C 32,6-7 y C 40,1-2.3-4.7.
E assim com os outros cinco capítulos, numa selecção de temas e textos, repetimos, muito inte-ressante e sugestivo. Portanto, vamos aproveitar e/ ou compartilhar trabalhos deste teor.
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