sábado, 16 de janeiro de 2010

capitulo 5


Capítulo 5

Continua a falar das grandes enfermidades que teve e da paciência que o Senhor lhe deu para suportá-las, e diz como Ele do mal extrai o bem, como se verá pelo que aconteceu a ela no lugar ao qual foi para curar-se.

1. Esqueci de dizer que, no ano de noviciado, tive grandes desassossegos com coisas que, em si, pouca importância tinham. Culpavam-me muitas vezes sem que eu tivesse culpa, e eu sofria com muitos desgostos e imperfeições, em­bora o meu grande contentamento com o fato de ser monja a tudo compen sasse. Como me viam buscar a solidão, bem como chorar algumas vezes por meus pecados, pensavam que eu estivesse descontente, e o diziam.

Eu gostava de todos os costumes religiosos, mas não tolerava sofrer o que me parecesse menosprezo. Apreciava que gostassem de mim, dedicava--me a tudo o que fazia. Tudo me parecia virtuoso, embora isso não me sirva de des culpa, porque eu sabia procurar o que me dava prazer, razão por que a ignorância não me tira a culpa. O fato de o mosteiro não estar fundado em muita perfeição pode relevar algumas faltas minhas; contudo, por minha ruin dade, eu acolhia o que era defeituoso e desprezava o que era bom.

2. Uma das religiosas sofria então, prostrada por grande e dolorosa enfer midade; devido a uma obstrução, fizeram-lhe abertura no ventre, por onde re gurgitava tudo o que comia. Em pouco tempo faleceu. Eu via todas temerem aquele mal, mas tinha grande inveja de sua paciência; pedia a Deus que, dando-me semelhante paciência, também me desse as enfermidades que dese jasse. Parece-me que eu não temia nenhuma, pois estava tão determinada a obter bens eternos que me dispunha a ganhá-los por qualquer meio. E espanto-me porque então ainda não tinha — a meu ver — amor a Deus, como acreditei que tivesse depois que comecei a fazer orações. Tratava-se apenas de uma luz que me levava a ver o pouco valor do perecível e o alto preço dos bens que com ele se podem ganhar, visto serem eternos.

Sua Majestade me ouviu tanto que, em menos de dois anos, a minha condição era tal que, embora diferente daquela, a minha enfermidade não foi menos dolorosa nem deu menos trabalho; durou três anos, como agora vou narrar.

3. Chegado o momento de ir me tratar, que eu aguardava com a minha irmã nesse lugar,1 esta, o meu pai e a monja amiga minha que viera comigo, e que muito gostava de mim, me levaram com extremo cuidado.

O demônio logo começou a inquietar minha alma, mas Deus retirou dis so grandes benefícios. No lugarejo onde fui me curar,2 morava um sacerdo te que, além de nobre e inteligente, tinha alguma instrução. Comecei a confessar --me com ele, porque sempre fui amiga das letras, apesar do grande dano que me tinham feito confessores mais ou menos letrados, a quem eu recorria por não encontrar algum mais instruído. Sei por experiência que é melhor que os re li­gio sos, sendo virtuosos e de vida santa, sejam antes totalmente ignorantes do que doutos pela metade. Os ignorantes não confiam em si, consultando os mais sábios; os verdadeiramente cultos nunca se enganam, ao passo que os ou tros, embora não pretendam enganar, também não sabem mais do que ensinam. Eu achava que os confessores de pouca instrução fossem competentes, julgando que bastava apenas lhes dar crédito. Por outro la do, a doutrina que me transmi tiam era ampla e de maior liberdade. Se assim não fosse, sou tão ruim que por certo buscaria outros. O que era pecado ve nial, eles me diziam não ser pe cado; o que era pecado mortal gravíssimo, diziam que era venial. Isso me fez tanto mal que é preciso dizê-lo aqui, para alertar ou tras pessoas sobre os danos que isso traz. Bem sei que isso não é desculpa aos olhos de Deus; o simples fato de certas coisas não serem boas em si devia ser suficiente para que eu as evi tasse. Creio que, por causa dos meus pecados, Deus permitiu que esses con fessores se enganassem e me enganassem. E eu en ganei outras tantas pes soas por lhes transmitir o mesmo que eles me tinham dito.

Fiquei com essa cegueira, creio eu, por mais de dezesseis anos, até que um padre dominicano,3 grande erudito, dissipou esses erros; os da Companhia de Jesus incutiram em mim um saudável temor, revelando-me a gravida de de princípios tão maus, como depois vou contar.

4. Assim, comecei a confessar-me com o sacerdote de que falei; ele se afei ço ou muito a mim, porque então eu tinha pouco o que confessar, em com paração com o que tive, depois de me tornar monja. Sua afeição não era má, mas, em seu excesso, deixou de ser boa. Ele passou a acreditar que eu jamais faria coisas graves contra Deus por nada deste mundo; ele também me assegurava isso, sendo muita a confiança recíproca. Fascinada por Deus, o que mais me agradava era falar somente Dele. E, sendo eu tão jovem, o sa cerdote ficou, diante disso, muito confuso. Por fim, dada a grande amizade que tinha por mim, começou a me confessar a perdição em que vivia. E não era pouca, porque há quase sete anos ele estava em situação muito perigosa, com amizade e relações com uma mulher do lugar, mas, ainda assim, dizia missa. Era uma coisa tão pública que ele perdera a honra e a fama, e ninguém ousava contestá-lo. Isso me entristeceu muito, pois era grande a minha amizade por ele. Eu tinha a grande leviandade e cegueira, que me parecia virtude, de ser grata e pagar na mesma moeda aos que me queriam bem. Maldito seja esse princípio, que chega a ponto de ser contra os de Deus! É um despropósito comum no mundo que me desatina: devemos todo o bem que nos fazem a Deus, mas temos como virtude, embora indo contra Ele, manter essa ami za de. Ó cegueira do mundo! Quem dera, Senhor, que eu tivesse sido in grata com todos, mas sem me opor em um único ponto a Vós! No entanto, devido aos meus pecados, ocorreu o contrário.

5. Procurando saber e me informar com as pessoas de sua casa, entendi melhor a sua perdição e percebi que o pobre não tinha tanta culpa; porque a desventurada mulher havia posto feitiços num idolozinho de cobre, que lhe rogara trouxesse ao pescoço por amor a ela. E ninguém tinha sido capaz de tirá-lo dele.

Decididamente não acredito em feitiços; mas digo o que vi, para avisar aos homens que se afastem de mulheres que recorrem a semelhantes ardis. Acre ditem que, sendo obrigadas, mais do que os homens, a ter honestidade, as mulheres, ao perderem a vergonha diante de Deus, em nada merecem con fiança, porque, para levar adiante a sua vontade e o desejo que o demônio lhes incute, são capazes de tudo. Embora tenha sido tão ruim, eu nunca caí em nada dessa espécie, e jamais pretendi fazer mal ou forçar alguém, mesmo que pudesse, a gostar de mim, porque o Senhor me protegeu disso; mas, se Ele me tivesse permitido, eu também teria feito mal em outros planos, pois em mim não há nada digno de confiança.

6. Assim, como soube disso, comecei a demonstrar-lhe mais afeição. A minha intenção era boa, mas a ação, má, pois não se deve, por maior que seja o bem que se deseje conseguir, fazer um pequeno mal. Eu falava muito de Deus. Isso devia lhe trazer proveito, mas creio que ele era movido, sobretudo, por me querer muito. Desejando agradar-me, terminou por me entregar o ido lozinho, que eu logo mandei jogar no rio. Assim que este desapareceu, ele começou, como quem desperta de um grande sono, a se dar conta de tudo o que fizera naqueles anos; e, espantado consigo mesmo, sofrendo pela sua per dição, começou a libertar-se dela. Nossa Senhora deve tê-lo ajudado muito, pois ele era muito devoto de sua Conceição, festejando-a, naquele dia, com muito fervor. Por fim, deixou de ver a mulher, e não se cansava de dar graças a Deus por havê-lo iluminado.

Exatamente um ano depois que o conheci, ele faleceu. Por todo esse tempo, perseverou no serviço de Deus. Nunca achei que a sua afeição por mim fosse má, embora pudesse ter sido mais pura; mas também houve ocasiões em que, não estivesse a lembrança de Deus bem presente, ele podia ter cometido ofensas mais graves. Como já disse,4 eu não seria capaz de cometer o que considerasse pecado mortal. Parece-me que essa minha disposição o aju dava a ter amizade por mim; pois creio que todos os homens devem ser mais amigos de mulheres inclinadas à virtude; por esse caminho, elas têm mais a ganhar, como depois direi. Tenho certeza de que aquele sacerdote está no caminho da salvação. Morreu muito bem, e bem afastado de suas antigas faltas. Parece que o Senhor desejou salvá-lo por esse meio.

7. Penei naquele lugar durante três meses, porque o tratamento foi mais forte do que a minha compleição. Em dois meses, graças aos remédios, a mi nha vida quase chegou ao fim; as dores no coração, de que me fora curar, au­mentaram tanto que eu às vezes sentia que ele era rasgado por dentes agudos, a ponto de temerem que eu tivesse contraído raiva. Fiquei muito fra ca (porque não podia comer nada, apenas bebendo um pouco, e com esfor ço), com febre contínua, e muito desgastada, devido a quase um mês de pur ga tivos diários. Estava tão ressequida que meus nervos começaram a doer de maneira insuportável, não me dando descanso nem de dia nem à noite. Sentia uma tristeza muito profunda.

8. Diante disso, meu pai voltou a me levar aos médicos; todos me desen ganaram, dizendo que, além de todos os males, eu estava tuberculosa. Isso não me incomodava muito; o que me fatigava eram as dores, porque eram con­tínuas, e dos pés à cabeça. Os próprios médicos diziam serem essas dores es pasmódicas intoleráveis. Eu sofria duros tormentos e, graças a Deus, não perdi, por minha culpa, tantos méritos.

Fiquei sofrendo assim por três meses; e parecia impossível que alguém pu desse suportar tantos males ao mesmo tempo. Hoje me espanto e considero gran de graça do Senhor a paciência que Ele me deu, pois era claro que vinha De le. Para tê-la, muito me serviu ter lido a história de Jó, nas Moralia5 de São Gre gório. Creio que o Senhor me preparou com isso, e com a oração, que eu co meçara a fazer, para eu poder suportar os meus males com tanta conformida de. Meu pensamento estava sempre no Senhor. Lembrava-me amiúde das pala vras de Jó, que costumava repetir: Se das mãos do Senhor recebemos os bens, por que não sofreremos também os males?6 Ao que parece, isso me dava forças.

9. Veio a festa de Nossa Senhora de Agosto. O tormento vinha desde abril, embora tivesse aumentado nos últimos três meses. Apressei-me a confessar-me, pois sempre gostei de fazê-lo freqüentemente. Pensaram que eu tinha medo de morrer e, para não me alarmar, meu pai não consentiu. Ó amor carnal demasiado, que mesmo vindo de um pai tão católico, e tão esclarecido, o que ele era em grande grau, não tendo agido por ignorância, tanto mal me poderia fazer! Naquela noite, tive um paroxismo tão forte que fiquei sem sentidos por quase quatro dias. Administraram-me o Sacramento da Unção dos Enfermos, pensando que eu poderia morrer a qualquer hora. Não paravam de repetir o Credo, como se eu entendesse alguma coisa. Tinham tanta certeza de que eu morreria que até cera achei depois nos olhos.7

10. Foi grande o pesar do meu pai de não me ter permitido confessar-me; muitos foram seus clamores e orações a Deus. Bendito seja Aquele que se dignou ouvi-lo; há um dia e meio a sepultura estava aberta no meu mosteiro à espera do corpo, e já tinham sido feitas as exéquias num convento de frades fora da cidade, quando o Senhor quis que eu recuperasse os sentidos. Desejei logo confessar-me. Comunguei com muitas lágrimas; para mim, contudo, não eram só de sentimento e de pena por ter ofendido a Deus — isso teria bastado para me salvar, não me desculpando o engano, em que alguns confessores me fizeram cair, ao dizerem que não eram pecado mortal certas coisas que sem dúvida o eram. Porque as dores com que fiquei eram insuportáveis, não me permitindo a plena recuperação dos sentidos, embora, a meu ver, a minha confissão tenha incluído todas as minhas faltas contra o Senhor. Entre outras, Sua Majestade me concedeu a graça de, depois que comecei a comungar, jamais deixar de confessar qualquer coisa que eu considerasse pecado, mesmo venial. Mas por certo acho muito duvidosa a minha salvação se eu tivesse morrido então; de um lado, por serem tão pouco instruídos os confessores e, de outro, por ser eu tão ruim — para não dar muitos outros motivos.

11. Neste ponto da minha vida, vendo que, de certa maneira, o Senhor me ressuscitou, é tão grande o meu espanto que chego a tremer. Creio que foi para que visses, alma minha, de que perigo o Senhor te livrava; já que por amor não dei xavas de ofendê-lo, tu o fizeste, ao menos, por temer os castigos, porque Ele po deria matar-te outras mil vezes numa condição ainda mais pe rigosa. Acho que não exagero muito ao falar outras mil, mesmo que seja re­preendida por quem me mandou ter moderação ao narrar os meus pecados. Por isso, formoseados vão.

Peço que, pelo amor de Deus, essa pessoa em nada diminua as minhas cul pas, para que brilhe mais a magnificência de Deus e se perceba o que sofre uma alma. Bendito seja Ele para sempre. Queira Sua Majestade que eu antes me consuma a deixar de lhe ter amor.

5 comentários:

  1. Tem aqui um ponto que A Santa Madre nos fala e que eu como mulher fiquei pessoalmente tocada e refleti muito:'"digo o que vi, para avisar aos homens que se afastem de mulheres que recorrem a semelhantes ardis. Acre ditem que, sendo obrigadas, mais do que os homens, a ter honestidade, as mulheres, ao perderem a vergonha diante de Deus, em nada merecem con fiança, porque, para levar adiante a sua vontade e o desejo que o demônio lhes incute, são capazes de tudo." Vejo aqui que nós mulheres com nossa sutileza e atrativos podemos levar os homens para o bem ou para o mal. E Teresa mesmo religiosa sabia de sua força feminina e usou isso para o bem da pessoa necessitada( o sacerdote) e para o bem da Igreja a qual ganhou de volta o seu pastor.
    Vejo em especial, nos que somos Carmelitas Seculares diante de tantas coisas em nossa igreja, cidade e comunidades, deveríamos aderir ao gesto de Teresa e silenciar diante das calunias, mas trabalhar para recuperação do Cristão seja sacerdote ou não.

    também muito me toca "depois que comecei a comungar, jamais deixar de confessar qualquer coisa que eu considerasse pecado, mesmo venial....Mas por certo acho muito duvidosa a minha salvação se eu tivesse morrido então; de um lado, por serem tão pouco instruídos os confessores e, de outro, por ser eu tão ruim — para não dar muitos outros motivos... " Assim fala da confissão feita com consciência e com verdadeiro desejo de se reconciliar com Deus. Meso tendo dificuldades como temos tantos de nós em encontrar um Diretor Espiritual e confessor.
    Assim desejaria terminar com a frase dela:"Queira Sua Majestade que eu antes me consuma a deixar de lhe ter amor."

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  2. Angela Apa de Jesus disse...


    Santa Teresa nofinal do quarto capitulo continua a nos ensinar quando nos revela que é melhor para nós um confessor cheio de virtudes e bons costumes do que meio letrados, confirma dizendo o mal que causou em sua alma lhe dizerem que os pecados veniais não eram pecados e que os mortais diziam se veniais.
    Nos diz como os afetos humanos a seduzia, mas nos mostra que é melhor agradar a Deus do que aos homens.
    Nos aconselha a manter distancia de quem pratica a feitiçaria e supertições e etc.
    Nos alerta que os fins não justificam os meios, embora em determinada situação não tenha seguido esta regra, mais tarde compreende que não se justifica alcançar um bem por meio de um mal.
    Mostra-nos a importancia em substituir os maus pensamentos por versiculos biblicos e da exemplo quando em sua doença, repetia a fala de jó.

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  3. Capítulo 5

    Ninguém está excluído de percorrer o caminho feito por Santa Teresa e receber graças semelhantes às que ela experimentou se usar o caminho da oração por ela trilhado como exemplo e ensinado às suas filhas do Carmelo. Santa Teresa narra sua “Vida” como uma história de salvação, uma transformação paciente, até o ápice de sua experiência mística. Agradece ao Senhor, pela oração constante, todas as dádivas recebidas, ao perceber o desabrochar de novas virtudes. Passa a amar a solidão, como a melhor amiga para tratar com Deus. Sente-se sempre culpada ao extremo por não poder retribuir ao Senhor os grandes dons e favores com que Ele sempre a agraciava. Sentindo-se sempre culpada, procurava confessar-se, para obter o perdão de suas culpas, as quais julgava serem muito graves.
    Viu-se acometida por uma séria enfermidade, que quase a levou a morte: sentia dores insuportáveis, às quais soube sublimar lendo a História de Jó, nas Morália, de São Gregório. Falar hoje em dia em “conformidade com a vontade Deus” pode parecer pietismo, mas na linguagem dos místicos é algo muito exigente, que vai à raiz da identidade cristã em qualquer compromisso. Em nosso contexto, a prática cristã de libertação integral é imperativa, porque é conforme a vontade de Deus que os homens cresçam e tenham vida em abundância e vivam como irmãos. Um bom exemplo de nos “conformarmos com a vontade de Deus”, hoje, é fazermos uma opção pelos pobres e pela justiça.

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  4. Nesse 5ºcapítulo, Santa Teresa demonstra grande felicidade por ser monja carmelita e poder servir a DEUS através da vida religiosa. Por esse motivo se dispunha e suportava todos os desgostos que apareciam à sua frente.
    É nesse capítulo também que passa um tempo fora do convento, afim de se tratar de suas penosas enfermidades e durante esse período, conhece e ajuda com suas orações e conselhos, um sacerdote a sair de uma situação que ofendia muito a DEUS. Enquanto isso seu tratamento continuava sem dar muito resultado, sofreu muito, a ponto dos médicos a desenganarem. Chegando até, numa certa noite, receber a unção dos enfermos, pois julgaram-na que estava morta.
    Interessante foi o fato de Teresa querer confissão antes de entrar nessa crise e ser desenganada pelos médicos. O pai de Teresa achou que ela estava exagerando e não a deixou que se confessasse. Mas quando ficou como morta, seu pai ficou preocupado e até com um certo remorso por não tê-la deixado se confessar. Quando a crise passou e Santa Teresa voltou aos sentidos, a primeira coisa que ela fez, foi se confessar e comungar, tal era a importancia dos Sacramentos para ela. Percebemos pelos acontecimentos na vida da Santa, que algo de muito especial DEUS reservava à ela, pois a própria Teresa se admirava pelo o que estava passando e como o Senhor a fazia voltar à vida.
    Que Santa Teresa nos ajude, assim como ela, a suportar e oferecer todas as contrariedades da vida, por AMOR a DEUS e à Sua Vontade Divina. Amém!

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  5. "Sei por experiência que é melhor que os reli­giosos, sendo virtuosos e de vida santa, sejam antes totalmente ignorantes do que doutos pela metade. Os ignorantes não confiam em si, consultando os mais sábios; os verdadeiramente cultos nunca se enganam, ao passo que os outros, embora não pretendam enganar, também não sabem mais do que ensinam."
    Essa é a frase que mais me chamou atenção neste 5º capítulo, pois apesar dela se referir aos religiosos, deve ser estendida também aos leigos que buscam viver uma religiosidade, e principalmente a nós, carmelitas seculares, que buscamos conhecer e viver a espiritualidade de Santa Teresa de Jesus.
    O que me aflige é que eu, que tenho curso superior e já tendo me aventurado um pouco nos estudos do Carmelo, não posso mais ser considerado totalmente ignorante, como a santa sugere, nem tampouco posso ser douto pela metade, pois ela abomina essa condição. Então só me resta uma opção: buscar me instruir e me formar cada vez mais, para que não corra o risco de me enganar nem de enganar os outros, como alerta a santa.
    Dessa forma, a formação do carmelita secular deve ser vista como um ponto importantíssimo em nossa vocação, devendo ser encarada com grande responsabilidade tanto pessoal como comunitariamente.

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