quinta-feira, 14 de março de 2013

Segundas Moradas Capítulo único


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Para entrar nas segundas Moradas, Teresa adverte-nos de que teremos de perseverar na luta, e distingue entre as almas que já começaram a ter oração e compreendem quanto importa continuar para a frente, e as que não se dão conta do perigo em que estão, sempre distraídas no exterior, sem ouvirem o chamamento do Senhor.

Pistas de leitura 

Teresa começa por nos dizer “quais serão as almas que entram nas segundas moradas e o que fazem nelas” (2M 1): 
Começaram a ter oração e sabem quanto importa continuar para a frente. 
Compreendem que têm de deixar as ocasiões. 
Ouvem os chamamentos que lhes faz o Senhor através de pessoas boas, livros, sermões, doenças, etc. 

E uma lista dos impedimentos que vamos encontrando: 
- A estima que nos têm no mundo. Os parentes e amigos. 
- A saúde nas coisas de penitência. 


Para continuarmos para as segundas Moradas vão-nos ajudar: 

A razão que nos “representa o engano que é pensar que tudo isto vale alguma coisa em comparação do que pretendemos” (2M 4) 

A fé que nos ensina o que nos cumpre fazer (Ibid.). 

A memória que nos recorda em que vai parar tudo isso (Ibid.). 

A vontade que nos inclina a amar Jesus, o bom Amador (Ibid). 

E o entendimento que nos diz que não podemos ter melhor amigo que o Senhor (Ibid.). 

Para isso, são-nos pedidas umas atitudes fundamentais como: 

A esperança: “não vos desconsoleis, ainda mesmo que não respondais logo ao Senhor. Bem sabe Sua Majestade aguardar muitos dias e anos” (2M 2) 

A perseverança: “Ah! Senhor meu! Aqui é mister a vossa ajuda, pois, sem ela, não se pode fazer nada. Por vossa misericórdia não permitais que esta alma seja enganada para deixar o que começou” (2M 6) 
Desde o princípio, não pretender regalos na oração, mas aceitar a secura abraçando-nos à cruz de Jesus. Se o Senhor nos der algum gosto, agradecê-lo. 
Nesta luta, iremos descobrindo o grande mal que nos faz andar derramados no exterior, sem podermos sossegar no nosso interior e procurando fora a paz que não vivemos em nós próprios. 
Saberemos também que começar a recolher-nos não se consegue à força de braços, mas com suavidade e tratando com pessoas experimentadas. Finalmente, Teresa dir-nos-á que: “pensar que havemos de entrar no Céu e não entrar em nós, conhecendo-nos e considerando a nossa miséria e o que devemos a Deus e pedindo-Lhe muitas vezes misericórdia, é desatino” (2M 11). 


Para reflectir, rever a vida, interceder, agradecer, contemplar… 

1- Perguntando-nos sinceramente diante do Senhor: - pode mais em nós o seu chamamento ou estamos demasiado dependentes de contentamentos e opiniões exteriores? 
Certamente saberemos fazer uma lista de tudo aquilo que nos tira liberdade para penetrarmos cada vez mais no nosso interior. 

2- Nas ocasiões em que temos de nos fazer fortes, que é o que mais ajuda a seguir em frente? A razão, a fé, a vontade, etc…? 
3- Oremos com as palavras de Teresa: “não vos desconsoleis, ainda mesmo que não respondais logo ao Senhor. Bem sabe Sua Majestade aguardar muitos dias e anos” (2M 3). 
4- Façamos memória agradecida pelo amor de Deus que “é muito bom vizinho e tão grande a sua misericórdia e bondade que, mesmo estando nós em nosso passatempo, negócios, contentamentos e bagatelas do mundo, e até caindo e levantando-nos em pecados… com tudo isto, tem em tanto este Senhor nosso que O amemos e procuremos sua companhia, que, uma vez ou outra, não deixa de nos chamar para que nos acerquemos a Ele…” (2M 2) 
5- Finalmente, contemplemos Jesus acompanhados com o seguinte texto: “O mesmo Senhor nos diz: «Ninguém subirá a meu Pai, senão por Mim… e quem Me vê a Mim vê a meu Pai». Pois se nunca olhamos para Ele, nem considerarmos o que Lhe devemos e a morte que sofreu por nós, não sei como O podemos conhecer nem fazer obras em seu serviço. Porque a fé, sem elas, e sem irem unidas ao valor dos merecimentos de Jesus Cristo, nosso Bem, que valor pode ter? E quem nos despertará a amar este Senhor?” (2M 11).



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