quarta-feira, 28 de julho de 2010

PISTAS PARA LEITURA E PARTILHA DOS CAPÍTULOS 23-24


Esta III parte do Livro é “outro livro novo, digo, outra vida nova” (23, 1); é Deus que vive nela, pela frequência e crescimento das graças e, consequentemente, pela mudança do seu comportamento.

No entanto, não se acabam as lutas: “mudou-se a causa da guerra, embora não tenha sido pequena” (8, 3); agora não se trata dela “contra Deus” (I Parte: V, 1 a 9), mas de Deus e ela contra os opositores e o demónio.Portanto, ajuda continuar a anotar o seguinte (cf. pistas gerais V, 1 a 9):a)como é que ela se descreve;b) os momentos em que ora, c)num quadro sinóptico: 1) as diferentes mercês de Deus e, em contraste, as diferentes razões que a fazem temer; 2) quais os bons acompanhantes que ela ‘nomeia’ e que méritos lhes agradece e louva e, por outro lado, quais os que se lhe revelam maus 1 e o que é que ela lhes censura 2.

Pistas particulares para os capítulos 23-24:

“Volta a tratar do discurso da sua vida” (cf. título do capítulo 23), portanto: 1) A que anos se refere? 2) Perante o crescimento das mercês e, ao mesmo tempo, dos temores, o que fez ela, e porquê? 3) Apesar do seu notável adiantamento (cf 23, 1, no final), alude ainda a certos apegos: identifica quais. 4) A que se refere ela numa certa altura destes capítulos com “fazê-la voar” (23, 10) e qual foi a chave disso? 5) Era muito ou pouco o que a santa sabia dizer da sua oração? Porquê? Que dizia ela, basicamente?

Para meditar depois da leitura do texto:

1. Temos vindo a examinar o papel desempenhado no processo da Santa pelos bons e maus acompanhantes e amigos espirituais (cf. pistas gerais, c, 2); revive as tuas experiências a esse respeito, sejam as pessoais ou as de outros, e reza a partir delas: agradece, intercede, examina-te…

2. Entre as várias razões que a faziam temer, há uma de tom muito sanjuanista (cf. “largar o seu próprio modo”) e na qual devemos ter reparado com a pista 5: de repente não conseguia ‘meditar’ (cf. 23, 2.12). Se não aprofundámos isto nos graus correspondentes de oração, podemos agora fazê-lo: já experimentaste isso e/ou acompanhaste outros? Reza-o, examina-te…

3. Já sabíamos, desde a I Parte, da afeição da Santa a livros bons e inovadores; agora também afeiçoada às novas espiritualidades, como os jesuítas (23, 3) e inclusivamente nos seus inícios como escritora, para conseguir explicar-se (23, 14-15). Logo, foi uma «buscadora»: a)séria (ex. bons livros e pessoas que a ajudassem) e perseverante, e b) nada timorata (livros e ajudas não só bons mas inovadores, “arriscados”): e tu? Cuidas da tua formação permanente e sua qualidade? O acompanhamento espiritual ou o confronto com pessoas de experiência e letras (como já se falou em fichas anteriores)? Reflecte, agradece…

4. Uma vez mais, a Santa lamenta-se de uma tentação ‘moralista’ e paradoxal: atrasar a busca de meios espirituais para quando se encontrar melhor, do ponto de vista moral e espiritual, sendo que, para isto (melhorar) é necessário aquilo (ter ajuda) (23, 4). Se não se trabalhou isto na ficha dos cap. 18-19, regressar à pergunta 3: ler o que ali se propunha e fazê-lo agora.

5. Embora a Santa não entenda porque razão as pessoas que a acompanham lhe imponham resistir às mercês – o tipo de oração que trata nestes capítulos – fá-lo obedientemente e, como resultado, obtém duas lições muito clarificadoras sobre a obra de Deus e sobre ela mesma em tudo isto: quais são? Conheces experiências parecidas? Que implicações pensas que tem? Também aqui, como de quase tudo, poderia exercitar-se a oração: louvor, intercessão…

6. Já comprovaste certamente que, apesar da notável melhoria da santa, ainda perdurava um significativo problema afectivo: qual a tua opinião sobre o facto de, como no final do cap. 9, se tratar de uma graça, e não o seu próprio esforço, quem acaba por libertá-la? Por outro lado, achas que isto tornou a Santa pouco amigável ou relacionável?

7. Que dizer da teologia do matrimónio que está subjacente a textos como 23, 6-7.10?



NOTA: Não menosprezamos a importância que tem, e que a própria Santa atribui, à obediência em tudo aos seus confessores, especialmente quando lhe parece que não acertam (cf. 23, 18), mas iremos deter-nos nisto nos seguintes capítulos.

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