quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ficha de Trabalho: Caminho 6-9

Ficha de Trabalho: Caminho 6-9

ImageCamino 6-9: Requisitos para ser contemplativas:
Amor de umas para com as outras: em que consiste (cap. 6-7).
Do amor aos familiares (cap. 8-9).

Pistas de leitura.
Embora o tema não fique aqui esgotado (cf. p. ex. cap. 36), por fim trata positivamente do amor perfeito, espiritual: 6,3-7,4 (teoria) e 7,5ss (prática). Por tanto, consideremos: em que consiste e, sobretudo, como amam os que o têm (algo que apresenta em diálogo explícito com as leitoras). e depois aos “avisos [exercícios concretos] para ganhá-lo” (cap. 7 título). Por último (cap. 8-9), aplica os mesmos critérios generosos e exigentes ao amor aos familiares; mas não esqueçamos que dis-tingue entre estes o amor aos pais e irmãos (9,3).

Para reflectir, rever a vida, interceder, agradecer, contemplar…
1. Este amor “puro espiritual” é uma graça que poucos “têm” (6,1; CE 11,4), de facto, a nossa inclinação costuma ser mais para o contrário (cf. 6,5.7). Contudo, a santa convida a desejá-lo e a procurá-lo. Tens experiências próprias ou aproximadas de um amor assim? Recorda, agradece, louva…

2. O tema do amor em geral e deste em particular costumava ser tido como sinal de iluminismo e, portanto, muito alvejado pela Inquisição. Isso explica sem dúvida o tom do parágrafo 6,2 e a tão revista reelaboração de algumas destas páginas. Mas, é preciso ver também nisso a complexidade da questão dos afectos: há que ter naturalidade, mas também prudência, não ser tola, etc. (cf. CE 7,2 e 11,4?)

3. Repararam no apaixonado texto CV 7,1? Por outro lado, sabiam que na última revisão (CT) a santa acrescentou a meio do parágrafo: “não se deve entender que é com inquietude interior”? Pensa, revê, ora…

4. Neste amor não cabe “fingimento, porque se os vêem torcer caminho [aos seus seres queridos], ou cometerem alguma falta, logo lho dizem,” (7,4; 6,5) e, no entanto, também é preciso saber aco-lher, ter paciência, conversar… (cf. 7,7; 41,7). Que te parece este contraste? Em que achas que melhoraste e em que pioraste: correcção fraterna ou ‘deixa andar’…? Por quê? E a tua comunida-de ou grupo? Depois de reflectir, como sempre, não deixes de agradecer, interceder, pedir para ti, louvar…

5. Ainda que se trata de una graça concedida a poucos (cf. antes questão 1), pode exercitar-se (7,5) e, sobre tudo, deve fazer-se, pois de contrário “poderia por aqui o demónio ir esfriando a caridade com os próximos e fazer-nos entender é perfeição o que é defeito” (7,6) . Para isso a santa madre oferece agora elenco completo de propostas concretas: I) “como seja em geral , é bom e necessário mostrar algumas vezes ternura”, especialmente nas penas (7,5-6); II) “velar e orar”, discernir sempre, buscando essa finura (7,6); III) saber folgar com as irmãs (7,7; cf. 41,7); IV) ser compreensivas com as suas faltas (7,7; cf. 36,7.12-13); V) corrigir com a virtude: “exercer a virtude contrária” (7,7-8; cf. 4,10); VI) recordar as suas virtudes (7,9); VII) tirar-lhes trabalho (7,9); VIII) orar pela união nas dificuldades (7,10)e, acrescentamos, fora delas .
m
6. Assim, “é muito bom que umas se compadeçam das necessidades das outras. Atendam a que não seja com falta de discrição em coisas que sejam contra a obediência! Ainda que interiormente pareça áspero o que mandar a prelada, não o mostrem nem o dêem a entender a ninguém, a não ser à mesma prioresa, com humildade, porque faríeis muito dano!” (7,7). Ou seja, compadecer-se é bom, mas não para alimentar tentações contra a obediência: pensa, revê, ora…

7. Se nas duras advertências dos cap. 8-9 não há que incluir a padres e irmãos ou, pelo menos, não do mesmo modo que aos demais parentes (9,3), então a questão não é uma rejeição desu-mana das relações familiares, mas uma sensata experiência de que as obrigações sociais da família – em sentido amplo, como clã, próprias do seu tempo – são uma fonte enorme de distrac-ções (cf. 9,1-2). Claro que não há que discernir somente a intenção ou ‘maçada’ desses familiares, amigos… mas também a de si mesmo (8,3). E isto é válido sem dúvida para todos, não só con-templativos ou célibes (cf. 8,1; 9,5; Mt 10,34-39) . Una vez mais, pensa, revê, ora…

8. A santa congratula-se nestas páginas, por um lado, de certa “mercê” (8,2) e, por outro, dos “melhores parentes” que Sua Majestade lhe foi dando (9,5): recorda, revê, agradece, suplica…

Nenhum comentário:

Postar um comentário