terça-feira, 17 de novembro de 2009

LIVRO DA VIDA - Capítulo 1


Livro da Vida

JHS

1. Quisera eu que, assim como me mandaram e deram ampla licença para escrever o modo de oração e as mercês que o Senhor me tem concedido, também ma dessem para que, com muita freqüência e clareza, dissesse os meus grandes pecados e vida ruim; isso seria para mim grande consolo. Mas não quiseram e, antes, preferiram que a isso me restringisse. E por isso peço, por amor de Deus, que quem ler este relato da minha vida tenha diante dos olhos que fui tão ruim que não encontro santo dentre os que voltaram para Deus com quem me consolar. Porque considero que depois de o Senhor os ter chamado, não O tornavam a ofender. Eu não só voltava a ser pior, como parecia estudar a maneira de resistir às mercês que Sua Majestade me concedia, como quem se visse obrigado a servir mais e percebesse não ser capaz de pagar parte mínima do que devia.

2. Bendito seja Ele para sempre, que tanto me esperou; e, com todo o meu coração, suplico me dê graça para, com toda clareza e verdade, fazer este relato que meus confessores me mandam. Que o Senhor o quer, eu o sei há muitos dias, mas não me atrevi; e que seja para glória e louvor Seu e para que, doravante, conhecendo-me eles melhor, ajudem-me na minha fraqueza para que eu possa compensar algo do que devo ao Senhor, a Quem sempre devem louvar todas as coisas. Amém.

Capítulo 1

Trata de como o Senhor começou a despertar a sua alma na infância para as coisas virtuosas e de quanto contribui para isso serem os pais virtuosos.

1. Não fosse eu tão ruim, bastaria ter pais virtuosos e tementes a Deus como favor do Senhor para que fosse boa.1 Meu pai gostava de ler bons livros e os tinha em vernáculo para que seus filhos os lessem. E isso,2 ao lado do cuidado de minha mãe em fazer-nos rezar e ter devoção por Nossa Senhora e por alguns santos, começou a despertar-me com a idade de, ao que me parece, seis ou sete anos. Ajudava-me não ver em meus pais inclinação senão para a virtude. Tinham muitas.

Meu pai era homem muito caridoso com os pobres e piedoso com os enfermos e até com os criados; tanto que jamais se pôde conseguir que tivesse escravos,3 porque tinha deles grande dó. Estando certa vez uma escrava de um seu irmão em sua casa, ele a tratava como a seus filhos. Dizia que o fato de não ser ela livre em nada prejudicava a sua piedade. Era muito sincero. Ninguém jamais o viu praguejar ou murmurar. Era de extrema honestidade.

2. Minha mãe também tinha muitas virtudes e passou a vida com grandes enfermidades. Grandíssima honestidade. Embora muito bela, nunca deu ensejo a que se pensasse ser ela vaidosa, porque, apesar de morrer aos trinta e três anos, seu traje já era o de uma pessoa de muita idade. Muito pacífica e de grande entendimento. Foram enormes os trabalhos por que passou enquanto viveu. Morreu muito cristãmente.

3. Éramos três irmãs e nove irmãos. Pela bondade de Deus, todos se pareciam com os pais na virtude, menos eu, embora fosse a mais querida de meu pai. E, antes de começar a ofender a Deus, parece que eu tinha alguma razão para isso; porque me lastimo quando me recordo das boas inclinações que o Senhor me dava e de quão mal delas tirei proveito.

4. Pois os meus irmãos em nada me prejudicavam no servir a Deus.4 Um deles, quase da minha idade, juntava-se a mim na leitura da vida dos santos (ele era aquele a quem eu mais queria, embora tivesse grande amor por todos, e eles por mim). Como via os martírios que as santas passavam por Deus, parecia-me que pagavam muito pouco o gozo de Deus, e eu desejava muito morrer assim, não pelo amor que achava ter por Ele, mas para gozar, tão cedo, dos grandes bens que lia haver no céu; e, com esse meu irmão, discutia o meio que haveria para isso. Combinávamos ir para a terra dos mouros, pedindo pelo amor de Deus que nos decapitassem. E parece-me que o Senhor nos daria ânimo em tão tenra idade se víssemos algum meio, mas o fato de ter pais nos parecia o maior problema.5

Espantava-nos muito a afirmação, no que líamos, de que a pena e a glória eram para sempre. Ocorria de passarmos muito tempo tratando disso e nos agradava dizer muitas vezes: para sempre, sempre, sempre! Por dizer isso muito devagar, ficava impresso em mim, em tão tenra idade, o caminho da verdade — com que o Senhor era servido.

5. Quando vi ser impossível ir aonde me matassem por Deus, resolvemos ser eremitas; e, numa horta que havia na casa, tentávamos, como podíamos, fazer ermidas, amontoando pedregulhos, que logo vinham abaixo. E assim em nada achávamos remédio para nosso desejo; como se reforça agora a minha devoção ver que Deus me dava tão cedo o que perdi por minha culpa.

6. Eu dava esmola como podia, e pouco podia. Procurava a solidão para rezar as minhas devoções, que eram muitas, em especial o rosário, de que a minha mãe era muito devota, e, assim, nos fazia sê-lo. Gostava muito, quando brincava com outras meninas, de fazer mosteiros, como se fôssemos monjas; e parece-me que eu desejava sê-lo, embora não tanto quanto as outras coisas de que falei.

7. Recordo-me de que, quando minha mãe morreu, eu tinha doze anos, ou um pouco menos.6 Quando comecei a perceber o que havia perdido, ia aflita a uma imagem de Nossa Senhora e suplicava-lhe, com muitas lágrimas, que fosse ela a minha mãe. Parece-me que, embora o fizesse com simplicidade, isso me tem valido; porque reconhecidamente tenho encontrado essa Virgem soberana sempre que me encomendo a ela e, enfim, voltou a atrair-me a si.7 Incomoda-me agora ver e pensar no motivo por que não me mantive íntegra nos bons desejos com que comecei.

8. Ó Senhor meu! Como pareceis ter determinado que eu me salve, praza a Vossa Majestade que assim seja; e, concedendo-me tantas mercês como me tendes concedido, não teríeis podido fazer que, não para meu proveito mas por respeito a Vós, não se sujasse tanto a pousada onde com tanta freqüência haveríeis de morar? Aflige-me, Senhor, até dizer isso, pois sei que foi minha toda a culpa; porque não me parece que vos faltasse desvelo para levar-me, desde essa idade, a ser toda Vossa. Quanto a queixar-me de meus pais, tampouco posso, porque não via neles senão todo bem e cuidado pelo meu bem.

Porque, depois dessa idade, em que comecei a entender as graças de natureza que o Senhor me dera — que, segundo diziam, eram muitas — e, devendo começar a dar graças por elas, passei a me utilizar de todas para ofendê-Lo, como agora direi.

20 comentários:

  1. Teresa nos impulsiona a ter um sonho: ter na vida um desejo e um caminho como o dela. Isso ela faz Quando nos conduz a olhar a sua vida desde a infancia e seus desejos de buscar sempre a verdade..de dizer o SEMPRE..SEMPRE.. muito devagar e imprimir na alma uma saudade de alguma coisa que sacia e alimenta e que não é coisa deste mundo. Nos faz ver que desejamos, como ela o desejou, mas ao mesmo tempo tantas vezes fugimos quando estamos a ponto de encontrar. Mostra sua humanidade, dando forma e concretizando em si a busca de todo homem e mulher: ESTAR EM DEUS.

    ResponderExcluir
  2. A importância de nossa aproximação da obras de Santa Teresa de Jesus se encontra em que saibamos descobrir nesta Santa e em sua mensagem uma verdade capaz de iluminar nosso caminho existencial e, sobretudo, nosso caminho cristão. Penetrar na obra de Santa Teresa não pode ser uma decisão que venha de fora e, sim, que nos seja inspirada, de alguma maneira, por um desejo interior que escapa de nossa própria liberdade: "vamos mais adiante". Deverá ser uma leitura que leve em conta a extraordinária proporção de transcendência que está condensada nas obras e vida humana de Santa Teresa.

    ResponderExcluir
  3. Teresa soube valorizar sua família e com certeza o convívio familiar teve grande influência em sua vida.Os membros de sua família: mãe, pai, irmãos, sobrinhos, primos, cunhada... fazem parte dos personagens do Livro da Vida. Valores em nossa época tão deixados de lado. Sempre que leio este capítulo faço uma revisão de minha vida familiar, pois são os meus "próximos mais próximos" e sinto o desejo de disser como Teresa "não vejo neles senão todo bem".
    Marisa

    ResponderExcluir
  4. "E por isso peço, por amor de Deus, que quem ler este relato da minha vida tenha diante dos olhos que fui tão ruim que não encontro santo dentre os que voltaram para Deus com quem me consolar. Porque considero que depois de o Senhor os ter chamado, não O tornavam a ofender. Eu não só voltava a ser pior, como parecia estudar a maneira de resistir às mercês que Sua Majestade me concedia..."
    Esse trecho me traz bastante consolo, porque também eu, olhando ao meu redor, achava que todos aqueles que tiveram uma experiência com Deus, libertavam-se de seus grandes pecados e passavam a ter uma vida quase "só com pequenos pecadinhos", podemos dizer assim.
    Sempre me afligiu o fato de jamais ter conseguido me libertar dos meus antigos e grandes pecados, com a diferença apenas que antes eu era totalmente entregue a eles, e hoje, luto insistemente contra eles, apesar de nem sempre conseguir vencê-los.
    Por isso, a humanidade de Santa Teresa de Jesus me fascina tanto! Pois apesar de ser reconhecidamente por todos uma grande santa, se achava tão ruim e com muítas dívidas para com Deus.
    De fato, penso que não dizia isso para ser humilde, mas porque realmente todos nós, mesmo no caminho da santidade, somos fracos, pecadores e totalmente endividados com Deus.
    -
    Luciano Dídimo

    ResponderExcluir
  5. Me recordo de ter tido minha primeira experiência com os escritos de Santa Tereza ao ler o Livro da Vida...como meu coração se enchia de alegria ao entender o que muitas vezes eu não entendia acontecer. Por vezes os olhos lacrimejarem e o coração se dilatar de tanta felicidade...meus caros irmãos, o que posso dizer é que leiam, mas com um entusiasmo de buscar verdadeiramente o que a Santa Madre nos ensina, almejem de coração firme e sincero orar com a alma e o coração abertos ao Nosso Deus. A verdadeira união com Deus, nos faz desejar sempre mais estar com Nosso Senhor. Muitas vezes pensava que seria impossível uma leiga viver assim... enamorada do Senhor, desejando somente estar com Ele e encerrada em seu Santíssimo Coração. Mas é possível sim... Deus nos coloca no lugar certo, onde Ele quer e assim O podemos amar e adorar vivendo um interminável coloquio de amor... penso que muitas vezes gostaria de poder oferecer-lhe mais pelo tanto que Ele me fez. Mas Nosso Senhor nos deseja onde seu Santo Coração quer.
    Deus os abençoe!

    ResponderExcluir
  6. Santa Teresa e o seu Livro da Vida cruzaram comigo nos corredores da Universidade. Era algo que eu buscava e em determinado momento encontrei. Uma mulher apaixonada por Jesus. Que
    bela iniciativa. Ela que escrevia com pena de ganso no século XVI, hoje em um blog na internet, no meu computador e em milhões deles.
    Santa Teresa é nossa irmã e intercessora e ela
    continua a dizer-nos "Só Jesus é rei! Sua Majestade o Senhor Jesus é Rei e o seu Senhoria deve ser proclamado na INTERNET, através dos escritos de querida Santa Teresa
    de Jesus.
    Célia Maria

    ResponderExcluir
  7. Ronaldo Donizeti Ferracin, ocds23 de novembro de 2009 às 14:33

    Estou ancioso para ler novamente o Livro da Vida de Santa Teresa, já está pronto e impresso a 1ª parte do Livro - Cap 1 a 9 - para cada pessoa de nosso grupo, para melhor assimilarmos e podermos ter melhor contato, que já será entregue nas próximas reuniões, junto irá uma breve história atualizada de Santa Teresa e o guia para Leitura, tudo com a supervisão, orientação e discernimento dos coordenadores de nosso grupo, que nossa Santa Madre Teresa interceda por todos nós nessa grande leitura, que possamos verdadeiramente colocar em nossas vidas sua imensa sabedoria, e termos determinada determinação em tudo para Deus.

    ResponderExcluir
  8. "Ser “locos por amor”, como lo fue Santa Teresa, para poder transmitir el calor de la Santa a nuestra sociedad y hacer de este Centenario un momento de gracia para la Familia del Carmelo y de la Iglesia entera"

    de: P.Tomás Alvarez ocd

    ResponderExcluir
  9. Angela OCDS:
    Estudando o primeiro capitulo do livro da vida, vejo que praticamente ele fala para os leigos de como deve ser constituido uma familia, de como deve ser o lar o local favoravel para o nascimento das virtudes em nossos filhos, pois encontrando um ambiente favoravél mesmo que por algum tempo se desviem, mas com certeza a lembranças destes momentos redespertaram no coração o desejo de ver a Deus.
    E o que desperta a piedade em nossas almas?
    - Ter Pais Virtuosos,
    - Ler bons livros,
    - Devoção a Nossa Senhora
    - Leitura da vida dos Santos
    - Testemunhos dos Martíres
    - Testemunho dos Pais
    - Caridade
    - Honestidade
    - Não Praguejar e nem murmurar
    - Não ser vaidoso
    - Vestir-se com pudor

    Descobri ainda no 1º capitulo o que que estraga um filho?
    Amar com execesso, paparicar..., o amor só é bom com equilibrio, ternura sim, paparicar não!

    Que muitas vezes fazemos como diz o Evangelho: -jogamos perolas aos porcos, e quando fazemos isso?
    Quando não aproveitamos de todo o coração, com toda a alma e com todo o entendimento as graças que Deus nos concede; ou ainda quando ficamos nas aguas rasas da graça que Deus nos concedeu, sem nos comprometer em nadar para as aguas mais profundas daquela graça recebida.
    Descobri que o caminho se faz caminhando e que começamos de forma imperfeita, mas na perseverança chegaremos a forma perfeita, como nos mostra Santa Teresa que a principio queria morrer por Ele não por amá-lo mas para gozar dos beneficios que recebiam os martires.
    Podemos fazer uma analogia de sua infancia com sua vida adulta e comparar com o nossa infancia espiritual que busca Deus pelos favores que esperamos receber Dele, mas que ao continuarmos caminhando um dia descobrimos que o buscamos por amor e não mais por interesse, que o buscamos porque Ele é a nossa fonte de vida e que sem Ele não interessa seus favores, nos interessa somente amá-lo e estar com Ele e não com o que Ele possui.
    Termino essa partilha com a pergunta de Santa Teresa que penso eu, nos ajudara muito a verificar porque muitas vezes e muitas situações não nos entregamos totalmente a vontade de Deus:

    Qual será a causa de não me ter dado por inteiro aos bons desejos que comecei?
    vamos descobrir nos proximos capitulos o que ela nos responde, talvez nos ajude a descobrir tambem a nossa causa.

    ResponderExcluir
  10. No terceiro capitulo Sta Teresa reafirma que a causa do endurecimento do nosso coração é as conversas frivolas e o remedio é a boas conversas com pessoas santas, pois nestas conversas são reacendidos em nós o desejo do céu, acompanhadas de orações vocais e pedidos de orações a outros.
    Nos alerta que o prazer deste mundo como a sensualidade, a vaidade pode dominar nossa vontade não deixando que tomemos posse do conforto que sente a alma nas coisas de Deus.
    Nos encoraja quando nos diz que o maior interessado em desposar a alma é Deus.
    Nos ensina que corresponder o carinho das pessoas não é ficar paparicando com elogios e tal mas sendo quem a gente é: Imagem e Semelhança de Deus ou seja sendo santos.
    Nos mostra a esperteza de Deus através do tio que diblava a sua falta de ânimo em ler os livros virtuosos, atraves da atitude do tio que lhe pedia para ler para ele o livro que lhe emprestara, poderiamos usar esse artificio com nossos filhos, maridos, amigos, irmãos e etc...
    Confirma a força da palavra de Deus lida ou ouvida como penetra com eficacia nossa alma.
    Nos diz que a meditação o quanto é passageiro,como acaba depressa as vaidades do mundo, vai convencendo a nossa razão a procurar o que é eterno e que realmente tem valor.
    Mostra-nos o valor em contrariar a nossa vontade mundana ( vaidade sensualidade e etc...)e abraçar a vontade do reino de Deus, só temos a lucrar, ela confirma que em pouco tempo sua alma foi imensamente beneficiada por esta escolha.
    Fala dos sofrimentos que alma recebe até se decidir e das inumeras tentações do demônio dizendo a sua razão que ela não poderia escolher este caminho pois, não suportaria os trabalhos da religião, mas Teresa combatia tais tentaçoes meditando o quanto Jesus suportou por amor a ela e sabemos que o que Deus quer é o nosso sim acompanhado da prática e assim é o próprio Deus que nos concede por meio do Espírito Santo a força necessária para vencermos.
    Vemos aqui o motivo de muitos cairem, pois acreditam no que diz o demônio e não combatem com o poder da palavra de Deus os maus pensamentos e ainda acreditam no diz o filho das trevas que antes de rezar a vida da pessoa era melhor, agora que começou a rezar sua vida piorou e se acreditam neste pensamento voltam atrás abandonando o caminho sagrado que Deus caminha conosco, se rejeito então ouço a voz de Deus que me diz é exatamente por estar saindo da escravidão do pecado que ele te ataca, mas se perseverar se distanciará muito das suas garras.
    Assim encerra o terceiro capitulo.

    ResponderExcluir
  11. No quarto capitulo aparece o apego de Santa Tereza aos pais e parentes, como sentiu a separação.
    O remedio vem da descisão da nossa vontade mais a graça de Deus que nos concede ânimo para desapegarmos das pessoas, que é a segunda tentação, pois a primeira é o mundo e a ultima e mais difícil é desapegar de nós mesmos, dos nossos quereres e vontades e de passo em passo nossas vitorias vão acontecendo fortalecendo o nosso querer e nos diz que quanto maior o sacrifício maior será a recompensa da alma.
    E qual é esta recompensa?
    é retirar a secura e deixar uma imensa ternura na alma e este gozo só quem já experimentou é capaz de compreender.
    Lembra-nos que na vontade de Deus mora a nossa felicidade.
    Mostra a importância da perseverança, mesmo não correspondendo fielmente as graças recebidas, mas cheia de pureza e reta intenção o bom Deus tira coisas boas das coisas ruins, ainda que tivera levado 20 anos usando mal as graças que Deus lhe consentia e até mesmo esta grande dor ao tomar consciencia ela encontra um bem,
    assim a misericordia de Deus pode resplandecer mais ainda.
    Nos faz pensar que reconhecer a miséria que somos é melhor que viver se enganando e obscurecendo a presença de Deus no mundo quando não vivemos com fidelidade a graça recebida.
    Nos alerta que a falta de confessores letrados nos causa grande mal, pois tudo é relativizado e não vendo mal em nada, não nos corrige as faltas, pois, o seu entendimento foi obscurecido pelos valores do mundo e não iluminados pelos pensamentos de Deus e essas faltas pequenas destroem a alma.
    Nos fala da oração de quietude e união e quais os seus efeitos na alma.
    Que a oração de quietude nada mais é que trazer sempre presente o mais que podemos a presença de Jesus para nossa vida.
    Quais os seus efeitos na alma?
    Nos desprende das coisas do mundo e nos infunde sabedoria do alto.
    Dificuldade na oração de quietude se apresenta quando não temos facilidade para falar com inteligencia sobre Cristo, mas nos aponta o remedio quando nos diz que isso pode ser superado pela ajuda de bons livros e diz que esta dificuldade nos leva mais rapido a contemplação, pois ao invés de descobrir estes mistérios alguém já fez isso por nós, mas em compensação nos alerta que a perseverança é mais trabalhosa, pois se nos faltar bons livros não teremos como trabalhar a vontade e o amor e que se a alma não alcança o entendimento ela fica sem ancora e oscilante e que sem o alimento a secura chega e a solidão se torna penosa e que vai exigir de nós um grande combate com os nossos pensamentos e que o remedio é uma descisão firme na consciencia(dedicação aos estudos pois sozinho não conseguimos tirar nenhuma lição), fala ainda que o estudo nos favorece a tirar uma lição e essa lição nos trará o recolhimento e a lição então fará as vezes da impossivél oração mental.
    Nos diz que sem um bom livro não é possivel ficar muitas horas em oração e que se não tiver um bom livro é melhor não insistir pois será mais prejudicial do que benéfico.
    Enquanto que quem tem facilidade de discorrer com inteligencia vai adquirir doutrina para defender-se dos pensamentos e ocasiões de perigos.
    Remedios que sempre devemos buscar:
    Bons livros e a solidão.
    Nos alerta que quem já tem uma vida de oração o demônio não nos ataca pelos grandes pecados, pois esses facilmente os desmascaramos, mas que penetra de uma maneira muito sútil, as vezes pela enfermidade, mas a paciencia é um aliado maior que o conhecimento.
    Diz que a determinação ainda que imperfeita e má permite a Deus ir melhorando nossas ações e que Deus olha mais a nossa intenção do que os resultados.
    Termina o quarto capitulo dizendo que facilmente esquecemos os favores que Deus nos concedeu.
    Termino pensando será que já não nos esquecemos dos inumeros favores que Deus nos concedeu?

    ResponderExcluir
  12. Santa Teresa nofinal do quarto capitulo continua a nos ensinar quando nos revela que é melhor para nós um confessor cheio de virtudes e bons costumes do que meio letrados, confirma dizendo o mal que causou em sua alma lhe dizerem que os pecados veniais não eram pecados e que os mortais diziam se veniais.
    Nos diz como os afetos humanos a seduzia, mas nos mostra que é melhor agradar a Deus do que aos homens.
    Nos aconselha a manter distancia de quem pratica a feitiçaria e supertições e etc.
    Nos alerta que os fins não justificam os meios, embora em determinada situação não tenha seguido esta regra, mais tarde compreende que não se justifica alcançar um bem por meio de um mal.
    Mostra-nos a importancia em substituir os maus pensamentos por versiculos biblicos e da exemplo quando em sua doença, repetia a fala de jó.

    ResponderExcluir
  13. A Santa nos narra no quinto capitulo do livro de sua vida que:
    -Que sofrer com Deus nos traz muitos benefícios por maior que sejam e que até é possível ser alegre nos sofrimentos.
    -Que o autoconhecimento é fruto da oração.
    -Nos relata que depois do sofrimento ficou mais amiga da solidão, e passou a gostar de falar e tratar de Deus e que se achava uma pessoa quem partilhar maior era o seu prazer.

    ResponderExcluir
  14. No sexto capítulo mostra-nos suas atitudes e descisões e nos ensina a pedir a intercessão dos santos.
    Toma a descisão de voltar ao convento assim que pode.
    Confessa-se amiude
    Tratava muito de Deus de forma que edificava a todos e Deus lhe concedia paciência no sofrimento e muita alegria.
    Diz que as virtudes nascem da oração, mas são fragéis e muitas não nos fazem permanecer no bem.
    Ensina-nos a fugir das ocasiões de pecado(murmurações,fofoca e etc
    Nos encoraja a transformar em costume a regra de não fazer ao outro o que não quer que seja feito conosco.
    Torna-se amissíssima de bons livros.
    Sente um enorme desconcerto consigo mesma que leva a derramar lagrimas, por receber tantas graças de Deus e ainda assim continuar caindo.
    O verdadeiro arrependimento é também graça Divina.
    E o que a fazia cair?
    Os maus confessores e as conversas mundanas.
    Onde ela foi curada e esclarecida das causas da queda?
    Na oração os sinais de Deus lhe vinha envolto em amor.
    Remedios que usou: encomendar-se por meio da missa, fazer orações aprovadas, pedir a intercessão de São José e outros santos.
    Nos diz que quando lutamos para deixar Cristo viver em nós o Pai nos dá o desejo e a determinação.
    Nos diz que quando Deus se afasta um pouco caimos.
    Nos fala do perigo das devoções superticiosas.

    ResponderExcluir
  15. Antes de iniciar a partilha, gostaria de agradecer a DEUS por esse lindo e maravilhoso trabalho disponibilizado na internet.
    PARABÉNS pela iniciativa!!!
    ------------
    No 1ºcapítulo, me chamou a atenção, a simplicidade própria da criança, em Teresa e seu irmãozinho ao desejarem seguir os passos dos Santos Mártires para alcançarem a Glória Celeste. Desejo tal, que os levou a projetarem modos de o conseguir realizar. Mais impressionante era o saber entender o significado do termo: "para sempre"... que mais tarde lhe indicaria o Caminho da Verdade pelo qual serviria o SENHOR, Sua Majestade.
    Santa Teresa diz que em sua infância tentava ao seu modo, dar esmolas aos pobres, procurava se retirar ao silêncio para fazer suas oraçõezinhas, e gostava de brincar com suas amiguinhas de "fazer mosteiros". E por fim diz, que quando se encontrava em dificuldades, após a morte de sua mãe, recorria, também com simplicidade, à Nossa Senhora pra que esta fosse literalmente, Sua Mãe aqui na terra.
    O mais interessante é perceber que apesar de citar no final do 1ºcapítulo, que depois dessa idade ingênua, começa a ofender a DEUS, desperdiçando as Graças que ELE lha concedia, podemos notar que o Caminho de Santidade que Santa Teresa trilhou estava todo baseado e fundamentado nos seus sonhos de criança.
    Não é à toa que Nosso Amado JESUS, tomando uma criancinha ao colo, nos diz: "Quem recebe uma, destas crianças em Meu Nome, está Me recebendo: e quem Me recebe, não está apenas Me recebendo, mas também Àquele que Me enviou". (Mc 9-36,37)

    ResponderExcluir
  16. No 2º capítulo Santa Teresa nos mostra o quanto é importante acompanhar a educação dos jovens, pré-adolescentes e adolescentes, o quanto estes são vulneráveis às facilidades e atrações do mundo e o quanto observam os adultos para tê-los como exemplo e compará-los à própria educação que fornecem a eles jovens.
    Interessante também, além de dar dicas, Teresa nos conta, que mesmo se sentindo atraída por conversas e futilidades do mundo, sempre conservou uma honestidade nata. E nos conta também de como o Nosso SENHOR agiu de modo misericordioso sobre a sua vida juvenil, usando de sua família aqui da terra para fazê-la participante da Família Celeste.

    ResponderExcluir
  17. Chama-me a atenção já na introdução do Livro da Vida, onde Santa Teresa lamenta o fato de não poder aludir à sua vida "ruim", e, por obediência, narrar somente suas experiências místicas. De fato, concordando com o que Luciano disse acima, posso aplicar isso a mim mesma, pois, apesar de convertida e apesar de ter entregue a minha vida nas mãos do Senhor, caio muitas vezes nos velhos e mesmos pecados e erros. Talvez o que Teresa queria salientar fosse exatamente a imensidão do amor de Deus por cada ser humano, por cada criatura sua, pois Ele concede tantas graças, que, na minha pequena experiência, são desproporcionais aos meus merecimentos. Talvez Teresa reconhecesse, na sua humildade e conhecimento próprio, que o Senhor é algo tão imenso, tão infinito, que Sua bondade é verdadeiramente incrível, porque Ele é "bom e misericordioso, lento para a cólera e cheio de clemência; Ele não está sempre a repreender, nem eterno é o seu ressentimento; não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos castiga em proporção de nossas faltas" (Salmo 102/103, 8-10). O fato é que ela reconhece toda a sua indignidade diante da imensidão de Sua Majestade - "Bendito seja Ele para sempre, que tanto me esperou". O que me conforta é poder constatar que também os Santos tinham sua condição humana, sujeita a fragilidades. Isto me impulsiona a seguir em frente no meu desejo de seguir e servir ao Senhor mais de perto, confiando Nele e entregando a Ele as minhas misérias.

    ResponderExcluir
  18. No primeiro capítulo, a grande mensagem de Teresa para mim é que ela já tinha, em seu interior, uma chama do amor de Deus, que a inspirava a piedade. Ela ressalta a importância do exemplo dos pais, da necessidade do testemunho dos pais, para que os filhos reconheçam neles o agir de Deus, e passem, assim, a acreditar no Senhor.
    Teresa, já jovem e impulsionada pelo exemplo de seus pais, e sentindo amor por Deus, alimentava o sonho do martírio e, depois, o de se tornar eremita.
    Com efeito, Deus, como diz Santa Teresinha, não coloca no coração do homem e da mulher um desejo que não seja possível alcançar. Teresa já se sentia seduzida pelo Senhor e era este amor profundo que lhe inspirava os desejos. Nisto ela reconhece que o Senhor a favorecia com grande piedade - ela dava esmolas, procurava a solidão para orar. Aqui ela já nos ensina que a solidão é importante para alcançarmos o contato com o Senhor, e ela também se refere à prática da caridade, como sendo a concretização daquele encontro com o Senhor na oração.
    Fica como ensinamento para mim a necessidade e o compromisso que devo assumir para ser uma cristã coerente, unindo oração e ação, que é o grande desafio para todo cristão.

    ResponderExcluir
  19. Neste segundo capítulo, Teresa narra aspectos de sua vida secular: o gosto pelos romances de cavalaria, suas vaidades de moça. Ela alerta sobre as más companhias.
    Certamente, esta reflexão da Santa Madre se aplica totalmente para os dias atuais. Vivemos num mundo dominado pela mídia, que só nos traz maus exemplos e más influências. O jovem de hoje vive num enome vazio, influenciado pela moda, pela mídia. Não se valoriza mais a leitura, os estudos. Vivemos num mundo em que a fé é colocada em último plano. Muitos só buscam ao Senhor quando não há mais saída possível.
    Portanto, atualíssima a recomendação de Teresa. Ela afirma que se tivesse sido orientada para as boas companhias, talvez não tivesse se desvirtuado, perdendo o temor de Deus.
    Que responsabilidade a nossa! Sermos testemunhas de que Deus existe, é amor e age em nossas vidas, para, assim, conquistarmos almas para o Senhor!
    Mas, a própria Teresa nos revela que a semente plantada por seus pais não ficou inerte. Ao contrário, ao frequentar ela, Teresa, o colégio das monjas agostinianas, acendeu-se-lhe novamente a chama do amor a Deus, e suas conversas com uma das monjas foi-lhe de enorme proveito, substituindo toda a má influência que ela recebera ao conviver com uma prima, de má conduta.
    Fica, então, uma esperança para nós: o exemplo dos pais de Teresa foi-lhe decisivo para a sua entrega ao Senhor. Nenhuma oração fica sem resposta de Deus - "Minha alma começou a voltar aos bons costumes de minha meninice, e vi a grande graça que Deus faz a quem se põe em companhia de almas boas".

    ResponderExcluir
  20. Neste terceiro capítulo, fica para mim a prudência de Santa Teresa em decidir sobre o seu estado de vida. Ela reflete muito sobre a possibilidade de tornar-se monja.
    Embora ela sentisse mais medo de Deus do que amor por Deus, ela acaba tomando a decisão de ser monja. E isto, após a leitura de uma obra - as epístolas de São Jerônimo.
    Fazendo um paralelo com minha vida, percebo que, de fato, as coisas de Deus são lentas e é o tempo o mestre nas grandes decisões, além da boa leitura.
    Penso que realmente buscamos ao Senhor, em princípio, temendo o castigo da condenação eterna. Com efeito, ninguém quer ser condenado. Mas, após ter uma experiência real e pessoal com Deus, ou seja, após um verdadeiro encontro com o Senhor, o medo do castigo se esvai como fumaça, porque acabamos por sermos seduzidos pelo Senhor. E já não O procuramos com medo, mas sim passamos a procurá-Lo porque sentimos "fome e sede" de Deus.
    E, se Teresa decidiu-se por ser monja por meio de uma santa leitura, como não imaginarmos quantas pessoas se decidem a seguir e servir ao Senhor mais de perto, após a leitura de um dos livros da Santa Madre? Talvez nem ela imaginasse o alcance que teriam suas obras, razão pela qual estamos nós aqui, embuídos do desejo de imitar Santa Teresa.

    ResponderExcluir